Se tem um ambiente para se exercitar os despropósitos mais alucinados, esse ambiente é o da cultura institucionalizada.
Pior, ninguém da esquerda abre a boca para delatar esse charlatanismo do chamado 3º setor.
A primeira aberração é a de que a cultura salva crianças. Não há sequer um gráfico, mesmo que precário, que afirme tal alucinação.
A segunda, e não menos fantasiosa afirmação, é a que o futuro do artista é ser um gestor de seu próprio negócio. Que negócio? Os artistas são artistas, não são microempreendedores. Mas os coachs da cultura corporativa, colocam minhoca podre na cabeça de todo mundo e o artista se cobra a condição de que ele está sendo induzido sem a menor chance de sobreviver nessa selva de insanidades.
A fabulação segue os mesmos princípios do motorista de Uber, só que mil vezes pior. O sonho de ter o seu próprio negócio, antes não passado pela cabeça do artista, passa a ser mais que considerado, mas a fazer parte de sua imaginação.
Para tanto, basta que ele aprenda a técnica de produção de projetos, leis, editais e outras invenções tecnocratas, que não passam de mentira calibrada com os maiores desatinos, que ele passa a acreditar piamente.
Pronto, a extravagância já encontrou uma potencial vítima do contrassenso que não há cristo que enfie da cabeça do sujeito que ele está comprando um engodo, uma ficção, um absurdo sem a menor chance de ser uma lenda que lhe custará muito mais caro do que ele imagina.