Luis Costa Pinto*
A Confederação Brasileira de Futebol agendou um amistoso da alquebrada e acéfala Seleção Brasileira em Barcelona, na Espanha, em junho. O adversário será uma seleção da África, ainda indefinida. Ante os ataques racistas, fascistas, canalhas e criminosos sofridos reiteradamente pelo jogador Vinicius Jr.; do Real Madrid, nos estádios espanhóis (o último deles, sábado, em Valência), a primeira atitude da CBF tem de ser cancelar a partida na Catalunha.
Tem de ser um posicionamento liminar, imediato. Depois, em paralelo às denúncias que precisam ser formuladas contra as torcidas fascistas da Espanha e os respectivos clubes que acobertam o comportamento abjeto de parte da sociedade espanhola, a Confederação Brasileira de Futebol tem de antecipar a decisão já tomada de usar ainda este ano o uniforme preto – 100% preto na camisa, nos calções e no meião do padrão de jogo do time – como instrumento de denúncia e protesto contra o racismo no futebol global.
À Confederação Sulamericana de Futebol (Conmebol), a Federação Internacional de Futebol Associado (FIFA) e a Federação Europeia de Futebol (Uefa) não cabe outro posicionamento que não seja apoiar a CBF, dar sequência às denúncias de Vinicius Jr., hoje o maior craque do esporte no mundo (e candidato fortíssimo à Bola de Ouro e ao título honorífico de “The Best”). Além disso, tanto a FIFA quanto as Confederações continentais precisam estabelecer um protocolo para acolher denúncias de práticas semelhantes às das torcidas espanholas – muito comuns – e executar punições rápidas e em série.
A liga da Espanha, “La Liga”, por exemplo, já é passível de duras punições pela cumplicidade com que age ou deixa de agir quando as arquibancadas e torcidas organizadas da Nação ibérica entoam os grunhidos guturais canalhas contra atletas negros. A “La Liga” tem de realizar a ameaça – que precisa ser real – de banimento de suas seleções dos campeonatos internacionais e da exclusão de seus clubes dos campeonatos organizados fora do cercadinho territorial fascista daquele rincão atrasado da Península Ibérica.
Mas, as empresas de comunicação e cada um dos cidadãos e das cidadãs que gostam de futebol e que consomem a miríade de produtos licenciados em torno do esporte bretão também podem contribuir para esse banimento.
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