As maiores preocupações do Exército com Mauro Cid, candidato a homem-bomba de Bolsonaro

As maiores preocupações do Exército com Mauro Cid, candidato a homem-bomba de Bolsonaro

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O comando do Exército tem duas preocupações principais em relação às possíveis consequências do caso Mauro Cid, e elas não estão diretamente ligadas a seu eventual indiciamento ou condenação.

Mauro Cesar de Lourena Cid, que é respeitado na força e ficou abalado com a prisão do filho. Foi o pai, aliás, quem articulou a troca de advogado do tenente-coronel, que era atendido pelo mesmo defensor do clã Bolsonaro e agora está sendo representado por um advogado especializado em delações premiadas, diz Malu Gaspar, O Globo.

Cid está preso no batalhão de Polícia do Exército em Brasília por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, em razão da investigação que constatou fraudes no cartão de vacinação de Jair Bolsonaro.

Lourena Cid foi colega de Bolsonaro no curso de formação de oficiais do Exército e tem boas relações com Tomás Paiva, de quem foi antecessor no Comando Militar do Leste.

Tanto Paiva como outros generais já tiveram conversas pessoais com o pai buscando garantir que o filho não será maltratado pelo Exército na prisão e que não haverá qualquer punição a ele antes do final do processo – como a assessoria da força já informou à equipe da coluna logo após a prisão.

O cuidado com “Cid pai” e “Cid filho” é uma reação discreta à campanha feita por porta-vozes na direita nas redes sociais, que acusam o Exército de ter abandonado um de seus oficiais antes mesmo do final do caso. Para alguns “influencers” da direita, o Exército deveria estar protegendo Cid do STF, mas está se acovardando.

Essa é a segunda maior preocupação do Alto Comando com a “crise Mauro Cid”. Embora não seja um movimento com tração suficiente para fazer diferença no público em geral, a campanha e as postagens preocupam porque têm repercussão em uma ala mais radicalizada da força.

Não por acaso, o comandante Tomás Paiva foi questionado em uma audiência na Câmara dos Deputados na última quarta-feira (17) pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) a respeito do comportamento do Exército em relação a Cid. O deputado disse que a prisão de Mauro Cid contraria o estatuto militar.

Tomás, contudo, afirmou que a prisão não fere as prerrogativas do estatuto militar e que, para a força, a prisão de Cid foi legal.

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