Algozes do movimento, Ricardo Salles, o da “boiada”, defendeu receber o “MST `a bala”. E o Tenente-Coronel Zucco é autor de projeto que exclui de programas sociais aqueles que ele chama de “invasores”
O Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra criticou a escolha do Tenente Coronel Zucco para presidente da CPI do MST e de Ricardo Salles para relator. “Não possuem legitimidade para conduzir qualquer tipo de investigação contra um Movimento que caminha rumo aos seus 40 anos, levantando a bandeira histórica de combate à concentração de terras no Brasil”, afirmou a coordenação nacional, que voltou a denunciar a criminalização do movimento em nota divulgada ontem (17). Com informações da RBA
Deputado federal que chama o MST de terrorista, Zucco (Republicanos-RS) apresentou projeto de lei (PL 895/2023) que exclui aqueles que ele chama de “invasores” e “terroristas” de qualquer auxílio, benefício ou participação em programas sociais do governo federal. E ainda que seja vedada a nomeação para cargos públicos, comissionados ou de agente político de quaisquer dos poderes e instituições. Assim como a contratação com o poder público de forma direta ou indireta.
Negacionista, o então deputado estadual no Rio Grande do Sul apresentou projeto em 2021, auge da violenta segunda onda da pandemia, contra o fechamento de estabelecimentos comerciais.
Algozes do MST no comando
Mais conhecido, Ricardo Salles foi ministro do Meio Ambiente de Jair Bolsonaro até junho de 2021. O ministro que defendeu “passar a boiada” enquanto a imprensa estava distraída com a cobertura da covid, é o mesmo que defendeu “receber o MST a bala”. Tem seu nome ligado a supostos crimes: corrupção, advocacia administrativa, prevaricação e facilitação de contrabando por agentes públicos e empresários do ramo madeireiro. Todos ainda em investigação.
No entanto, segue repetindo sua cartilha de que os movimentos populares, especialmente o MST, servem para “arregimentar pessoas para a esquerda”.
Para o MST, a Comissão está sendo instalada sem objeto determinado. E representa uma tentativa de criminalizar o movimento e de pressionar o governo, uma vez que há outras questões sérias a serem investigadas.