Quem não se lembra das primeiras projeções de 2023 e 2024 para o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro realizadas pelo mercado financeiro e reunidas no Boletim Focus, do Banco Central? Nos dois anos o mercado iniciou, em janeiro, com uma previsão muito abaixo do que o potencial do governo e a economia apontavam. Depois de correções sucessivas, os analistas viram o PIB surpreender ao ficar acima dos 3% nos dois primeiros anos do governo Lula.
Chegamos a 2025 e a situação parece se repetir. Ainda que a projeção inicial seja superior aos anos anteriores, tudo leva a crer que pode ser um ano marcado por correções do mercado. Na primeira projeção do ano 2,02%. Já no último Boletim divulgado nessa segunda-feira (20), um leve aumento, para 2,04%.
Visto os anos anteriores, não será surpresa se o governo conseguir emplacar um terceiro ano acima dos 3%. O que será extremamente positivo para refutar as incertezas que o mercado tenta impingir.
2023 e 2024
Ainda que o resultado não esteja fechado, o próprio Focus colocou o crescimento econômico de 2024 em 3,42%. Em 5 de janeiro do ano anterior, a previsão era de que o ano fecharia com crescimento de 1,59% – ou seja, o aumento será mais do que o dobro.
Em 2023, primeiro ano do terceiro mandato de Lula, a diferença foi ainda maior. Os analistas do mercado viam para o ano um PIB de 0,77%, em 13 de janeiro. Como se sabe, após correções, o crescimento econômico daquele ano foi de 3,2%, o que serviu para calar o mercado quanto às expectativas sobre as mudanças trazidas por Lula.
Inflação, juros e dólar
Sobre a inflação medida pelo IPCA, os analistas de mercado elevaram a projeção para o ano de 5% para 5,08%, acreditando que neste ano o Banco Central não conseguirá, novamente, cumprir a meta de inflação, que tem como margem limite superior em 4,5%.
No mesmo sentido, a projeção da Selic permanece alta, em 15%. Atualmente os juros estão em 12,25%, o que significa que a aposta é de uma elevação durante 2025 de pelo menos 2,75% na taxa pelo BC como forma de manter a inflação no patamar que colocaram.
Sobre o câmbio, a previsão se mantém de que o dólar fechara o ano em R$6,00. Quanto a estas previsões resta esperar o comportamento da economia e do Banco Central sob a nova liderança, de Gabriel Galípolo, este indicado pelo presidente Lula.
Nesta segunda, o novo presidente do BC já promoveu a venda de US$ 2 bilhões (dólares) com compromisso de recompra (leilões de linha). A ação fez a moeda dos Estados Unidos cair para R$ 6,04, queda próxima de 0,40%, em reação também aos acontecimentos internacionais, como a posse de Donald Trump.