Líderes europeus se preparam para enfrentar extrema direita impulsionada por Musk e Zuckerberg

Líderes europeus se preparam para enfrentar extrema direita impulsionada por Musk e Zuckerberg

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Zuckerberg, proprietário da Meta, juntou-se com dono do X ao sugerir que legislação europeia equivale a censura.

As investidas dos bilionários norte-americanos Elon Musk e Mark Zukerberg, proprietários das empresas X e Meta, respectivamente, soaram o alarme na Europa em relação à propagação de desinformação e apoio aos discursos da extrema direita mundial nas redes sociais geridas por eles no contexto do novo mandato de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos.

Inicialmente, foi o bilionário Elon Musk, proprietário da rede X e futuro ministro de Trump, que lançou ataques virulentos contra os líderes europeus.

Mark Zuckerberg, proprietário da Meta (Facebook e Instagram), juntou-se a ele ao sugerir que a legislação europeia equivale a “censura”.

Questionado durante uma entrevista na rádio France Inter se o X poderia “ser proibido” na Europa como foi no Brasil, onde foi suspenso por 40 dias, o chanceler francês, Jean-Noël Barrot, respondeu: “está previsto em nossas leis”.

“Ou a Comissão Europeia aplica com a maior firmeza as leis que nos demos para proteger o nosso espaço público, ou terá que aceitar devolver aos Estados-membros da UE a capacidade de fazê-lo”, disse o chanceler.

A reivindicação da França surge um dia após a gigante das redes sociais Meta ter anunciado que encerrará o seu programa de checagem de fatos nos Estados Unidos, uma mudança nas suas políticas de moderação de conteúdo que se alinha às prioridades de Trump.

Mediante duas ferramentas, a lei de Mercados Digitais e a de Serviços Digitais, a União Europeia conta, desde 2024, com um importante arsenal para frear os abusos de poder e a difusão de conteúdos ilegais de desinformação. No entanto, após a eleição de Trump, a UE tem optado por se mostrar cautelosa no enfrentamento de grandes grupos tecnológicos estadunidenses.

A cautela da Comissão contrasta com a agressividade que mostrou em dezembro com a rede TikTok, de origem chinesa, contra a qual abriu uma investigação por supostamente permitir desinformação durante eleições na Romênia.

“Devemos proteger nossas democracias de todas as formas de interferência estrangeira”, declarou a então presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, ao anunciar a investigação.

Nesta quarta-feira, a Comissão saiu de seu silêncio inicial para reagir timidamente e negou qualquer ideia de censura da UE. “Rejeitamos categoricamente qualquer acusação de censura da nossa parte”, disse a porta-voz da Comissão, Paula Pinho.

*BdF

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