Atos em Tel Aviv e Jerusalém acontecem no dia em que se iniciou nova rodada de diálogos no Catar, buscando um cessar-fogo permanente em Gaza.
Milhares de pessoas realizaram protestos neste sábado (04/01), nas cidades de Tel Aviv e Jerusalém, para exigir que o governo de extrema direita do premiê Benjamin Netanyahu aceite firmar um acordo com o grupo de resistência palestino Hamas para libertar os cerca de cem reféns que ainda se encontram sequestrados.
Segundo a imprensa local, cerca de 600 mil pessoas participaram das diferentes manifestações. Uma delas, em Jerusalém, aconteceu perto da residência do primeiro-ministro do governo sionista, e enfrentou forte resistência da polícia.
As manifestações para pedir um acordo de libertação dos reféns israelenses foram frequentes durante o ano de 2024. Estes primeiros atos de 2025, porém, acontecem no mesmo dia em que se iniciou nova rodada de diálogos no Catar, buscando um cessar-fogo permanente em Gaza.
Na negociação, Israel exige a libertação imediata dos cerca de 100 reféns, e também defende que a reconstrução de Gaza deve ser financiada e realizada pelo Estado de Israel, proposta que é rechaçada pelos palestinos, que consideram a iniciativa como uma tentativa de anexar o território.
Por sua parte, o Hamas pede o fim da ocupação no território palestino, condição que tem sido apresentada reiteradamente pelo grupo palestino nas diversas mesas de negociação realizadas desde novembro de 2023, e também reiteradamente negada por Tel Aviv, que insiste em só aceitar um acordo que inclua a manutenção de forças militares do país no território palestino.
Outra condição apresentada pelo Hamas para se chegar a um acordo de cessar-fogo diz respeito aos crimes de guerra e violações de acordos anteriores cometidos por Israel desde o início do massacre, em outubro de 2023.
O grupo palestino pede que Tel Aviv seja responsabilizada por esses episódios diante de tribunais internacionais, com ênfase nos diversos casos de bombardeios e ataques terrestres contra hospitais e campos de refugiados.
*Opera Mundi