Serviço de Segurança e apoiadores de Yoon Suk Yeol bloquearam entrada da sede presidencial e impediram agentes de executarem mandado de prisão; operação durou seis horas.
A agência conjunta de investigação teve um impasse no período da manhã até o início da tarde desta sexta-feira (03/01), pelo horário local, ao tentar entrar na residência presidencial, em Seul, para cumprir um mandado de prisão contra Yoon Suk Yeol, do Partido do Poder Popular (PPP) de extrema direita. Unidades militares do Serviço de Segurança da Presidência impediram que os agentes conseguissem ingressar no local para retirar o presidente afastado, que é acusado por ter cometido crimes de insurreição e abuso de poder quando tentou impor a lei marcial, em 3 de dezembro.
De acordo com o Ministério Público e a polícia, a operação foi interrompida às 13h30 (pelo horário local) devido à “obstrução” e riscos de segurança.
“Em relação ao mandado de detenção de hoje, determinamos que era praticamente impossível executá-lo devido a um impasse contínuo. Estávamos preocupados com a segurança dos agentes no local devido à obstrução para o cumprimento da ordem”, explicaram as autoridades, declarando o trabalho “interrompido”.
A operação, que mobilizou cerca de 150 membros do órgão investigativo para ingressar no local, além de 2 mil e 700 membros de 45 esquadrões de choque para impedir possíveis ataques dos apoiadores do mandatário – que demonstraram um comportamento agressivo contra a polícia e a imprensa nos dias anteriores –, foi iniciada cedo.
“Começamos a executar um mandado de prisão contra o presidente (afastado) Yoon”, havia declarado o Escritório de Investigação de Corrupção para Oficiais de Alto Nível (CIO, na sigla em inglês) às 08h04, pelo horário local, em um comunicado à imprensa. Mas até a tarde, seguiram barrados pelo Serviço de Segurança da Presidência.
Fora do prédio presidencial, centenas de apoiadores que passaram a noite afirmando que “o presidente Yoon será protegido pelo povo” seguiram a manhã bloqueando a passagem da equipe investigativa. Um micro-ônibus também foi posicionado na porta da residência para dificultar a operação dos agentes.
A imprensa nacional também levantou preocupações sobre “maior violência” e risco de confrontos por parte deles caso o mandado não seja cumprido nesta sexta-feira e adiado para o fim de semana. O órgão tem até a próxima segunda-feira (06/01) para executar a ordem, de acordo com o prazo estipulado pela Justiça. Em hipótese de que a ordem tenha a sua validade expirada, a agência tem o direito de solicitar, mais uma vez, a emissão de um novo mandado de prisão.
Nos últimos dias, milhares de manifestantes que apoiam a permanência do mandatário afastado no Executivo se concentraram na sede presidencial, no bairro de Hannam, na província de Yongsan. Na quinta-feira (02/01), data que se especulava uma possível detenção de Yoon, dezenas de apoiadores desobedeceram às ordens de evacuação emitidas pela polícia e acabaram detidos após serem retirados à força.
*Opera Mundi