A ascensão da Alternativa para a Alemanha (AfD) está sendo alimentada e respaldada por vozes influentes da extrema direita internacional. Entre elas, o bilionário e dono da rede social X, Elon Musk, que foi acusado pelo governo alemão nesta segunda (30) de interferir no processo eleitoral do país.
A acusação veio após tuítes de Musk na rede social X em apoio à AfD e um artigo de opinião publicado no jornal “Die Welt”.
“Elon Musk está de fato tentando influenciar as eleições do Bundestag com suas declarações”, afirmou Christiane Hoffmann, porta-voz adjunta do governo alemão.
Hoffmann destacou que, apesar de Musk ter liberdade para expressar sua opinião, isso não significa que suas declarações sejam irrelevantes para o contexto político. “A liberdade de opinião é um bem precioso. E aqui estamos vendo uma tentativa de exercer influência”, afirmou.
Musk teve artigo publicado no jornal alemão neste sábado (28), no qual expressou apoio à AfD.
No texto, publicado em alemão pelo principal jornal do grupo midiático Axel Springer, Musk destrinchou uma postagem que havia feito na plataforma X na semana passada, quando disse “que apenas a AfD pode salvar a Alemanha”.
A editora de Opinião do jornal, Eva Marie Kogel, apresentou seu pedido de demissão na sexta (27) em protesto.
Kogel divulgou sua decisão no seu perfil no X: “Sempre gostei de chefiar o departamento de opinião do ‘Welt’ e “WamS”. Hoje foi publicado um texto de Elon Musk no ‘Welt am Sonntag’ [versão dominical do ‘Welt’]. Ontem apresentei minha demissão”.
A Alemanha vive um momento de incerteza política depois que a coalizão de Olaf Scholz ruiu e novas eleições foram convocadas. O Bundestag aprovou uma moção de censura que destituiu a coligação semáforo (união entre os social-democratas do SPD, de Scholz, os liberais do FDP e os verdes).