Segundo Nações Unidas e Oxfam, militares israelenses obstruem de forma sistemática a entrada de alimentos e água para população palestina.
A Organização das Nações Unidas (ONU) revelou nesta segunda-feira (23/12) que mais de 100 pedidos de ajuda para Gaza teriam sido negados por Israel desde 6 de outubro passado.
Segundo declarações do subsecretário-geral dos Assuntos Humanitários, Tom Fletcher, após visitar a região, Gaza se tornou o “local mais mortal e perigoso para trabalhadores humanitários”.
Segundo ele, mesmo com toda a enorme necessidade de auxílio, tem sido “quase impossível entregar até mesmo uma fração da assistência urgentemente necessária”.
Fletcher inclusive relatou uma situação fora da lei com gangues armadas locais saqueando de forma sistemática os suprimentos de ajuda.
O representante da ONU ainda lembrou que o norte de Gaza está sob cerco quase total há mais de dois meses, exacerbando os temores de fome. Fletcher também alertou para a situação humanitária na Cisjordânia, que é administrada pela Autoridade Palestina, e que também está se deteriorando.
Apenas 12 caminhões de ajuda em dois meses
O relato da ONU condiz com o relatório da organização contra pobreza e desigualdades Oxfam, emitido também nesta segunda-feira (23/12). Ao fazer um apelo à crise humanitária que a Palestina ocupada enfrenta, informou que apenas 12 caminhões distribuíram alimentos e água no norte de Gaza em dois meses e meio.
“Dos escassos 34 caminhões de alimentos e água que foram autorizados a entrar na província do Norte de Gaza nos últimos dois meses e meio, atrasos deliberados e obstruções sistemáticas por parte dos militares israelenses fizeram com que apenas doze conseguissem distribuir ajuda a civis palestinianos famintos”, escreveu a organização nas redes sociais.
Segundo a Oxfam, “no caso de três deles, assim que comida e água foram distribuídas a uma escola onde os moradores se abrigaram, que foi evacuada e bombardeada poucas horas depois”.
“A situação em Gaza é nada menos que um pesadelo apocalíptico”, sublinhou Bushra Khalidi, responsável político da Oxfam, para a Sky News.
A Oxfam disse ainda que ela e outras organizações humanitárias internacionais têm sido continuamente impedidas de fornecer assistência vital no norte de Gaza desde 6 de Outubro, quando o exército sionista intensificou os seus bombardeamentos.
*ONU/Opera Mundi