Nesta semana foi anunciado os resultados dos Correios do terceiro trimestre. Com novo prejuízo, o valor até setembro desse ano chega a R$ 2 bilhões. É provável que ao final do ano a empresa pública alcance o maior prejuízo da história. A situação criou alvoroço na imprensa que alardeou as medidas tomadas pela estatal para controlar a dívida como a beira do precipício.
Assim como acontece no caso do ajuste fiscal promovido pelo governo, existem pressões de vários setores por políticas que controlem os gastos, quando as ações que apontam nesse sentido são colocadas em operação, cria-se o caos: “as medidas são insuficientes”, “dessa forma o Brasil vai quebrar”, e, neste caso, “os Correios vão quebrar”.
A justificativa para o alarmismo é um documento interno da estatal obtido por alguns veículos de comunicação que trata sobre medidas para debelar qualquer risco de insolvência. Isto quer dizer que a empresa pública realiza ações para afastar o risco de a dívida escalar de forma descontrolada e prejudicar pagamentos e sua operação.
O atual presidente dos Correios é o advogado Fabiano Silva dos Santos.
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No site Poder 360, o documento é tornado público. Nele são colocadas as medidas para evitar que a empresa entre em estado de insolvência, como a suspensão de contratações de terceirizados por 120 dias, o indicativo para renegociar e reduzir contratos em 10% e avaliação criteriosa mediante renegociações para renovações de contratos. A ideia é cumprir um teto de gastos para o ano de 20,1 bilhões.
Em resposta aos questionamentos do site, para afastar o alarmismo a empresa destacou que “não haverá nenhuma demissão nos Correios, a não ser as referentes ao Programa de Desligamento Voluntário (PDV), a pedido dos empregados” e também que “as contratações do concurso público serão realizadas, sem corte, conforme previsto no edital e amplamente divulgado.”
Além disso, a estatal salientou que: “não houve corte de nenhum contrato até este momento”.
Sobre os motivos que impactaram negativamente o resultado econômico de 2024 foi destacado a herança deixada por Bolsonaro: “a atual gestão assumiu a empresa com um prejuízo de quase R$ 1 bilhão deixado pelo governo anterior”.
Além disso, o sucateamento deixado pelo governo Bolsonaro foi incluído: “A média de investimento anual entre 2019 e 2021 ficou em R$ 345 milhões, aquém das necessidades para assegurar a sustentabilidade do negócio. Nos anos de 2022 a 2024, a empresa retomou os investimentos, elevando a média anual para R$ 750 milhões.”
Outros pontos indicados como fatores de prejuízo são a defasagem no reajuste tarifário, queda de volume no setor de mensagens (que passaram para o meio digital) e a famigerada taxação de compras internacionais, conhecida como “Taxa das Blusinhas”, que gerou metade do prejuízo acumulado no ano, R$ 1 bilhão na receita.
*Com informações Poder360