A Assembleia Geral da ONU aprovou nesta terça (3) uma resolução que prevê realização de uma conferência internacional em junho de 2025 para discutir a criação do Estado palestino. A cúpula deverá acontecer em junho de 2025, em Nova York.
A proposta, apresentada pelo Senegal, obteve 157 votos favoráveis, oito contrários e sete abstenções. Dentre os que votaram contra, estão Israel e os Estados Unidos.
A Assembleia Geral disse que os dois estados deveriam “viver lado a lado em paz e segurança dentro de fronteiras reconhecidas, com base nas fronteiras pré-1967”, expressando “apoio inabalável, de acordo com o direito internacional, à solução de dois Estados de Israel e Palestina”.
A resolução aprovada exige que Israel “ponha fim à sua presença ilegal no Território Palestino Ocupado o mais rápido possível, cesse imediatamente todas as novas atividades de assentamento e evacue todos os colonos do Território Palestino Ocupado, além de pôr fim aos seus atos ilegais”.
Segundo a ONU, a resolução aprovada tem o objetivo de reiterar o apelo por uma “paz abrangente, justa e duradoura no Oriente Médio”. Além de prever a realização da conferência no ano que vem, o texto aprovado reafirma apoio à solução de dois Estados, um judeu e outro palestino, “vivendo lado a lado em paz e segurança dentro de fronteiras reconhecidas”.
O enviado palestino à ONU, Riyad Mansour, afirmou que “a questão da Palestina está na agenda da ONU desde o início da organização e continua sendo o teste mais crítico para sua credibilidade e autoridade e para a própria existência de uma ordem internacional baseada no direito.”
O governo brasileiro historicamente defende a solução de dois Estados. O tema foi debatido durante a cúpula do G20 realizada, em novembro, no Rio de Janeiro. Também apareceu pela primeira vez na declaração final dos líderes.
A chamada “solução de dois Estados” é o projeto para a criação de um Estado palestino que coexista pacificamente com o israelense. A ideia tem como base as fronteiras estabelecidas antes do conflito de 1967.
A iniciativa para a conferência em 2025 faz parte de uma ofensiva diplomática por parte dos palestinos, depois que ficou claro que a inexistência de um estado foi um dos motivos que permitiu que Israel realizasse um ataque sem qualquer constrangimento sobre Gaza.