Vendas de gálio, germânio, antimônio e derivados serão ‘interrompidas imediatamente’ por possível uso militar dos minérios.
Um dia após o governo norte-americano anunciar medidas restringindo o acesso chinês a tecnologias de ponta dos Estados Unidos, a China anunciou, nesta terça (03/12) que banirá ou restringirá a exportação de minerais raros a Washington.
As vendas de gálio, germânio, antimônio e derivados para os Estados Unidos deverão, de acordo com o Ministério do Comércio da China, ser interrompidas imediatamente. As razões alegadas são o possível uso militar destes mineiras. Também a exportação de grafite obedecerá a normas mais restritivas.
Gálio e germânio são minerais raros fundamentais para a produção de semicondutores, enquanto o gálio é parte dos produtos usados em células de captação de energia solar, equipamentos que usam luz infravermelha e cabos de fibras óticas. O antimônio é utilizado na fabricação de armamentos, já o grafite é um dos componentes centrais de baterias de veículos elétricos.
Segundo o jornal New York Times, a China é, atualmente, responsável por quase toda a produção mundial de minerais críticos utilizados na fabricação de tecnologias avançadas, como é o caso de ligas de semicondutores. Desde outubro, Pequim exige de seus exportadores informem o destino dos minerais exportados.
A disputa comercial entre os dois países têm escalado ainda antes da posse do presidente eleito Donald Trump, que fez da China o principal foco de críticas. As medidas anunciadas por Joe Biden foram o terceiro pacote do ano de medidas que dificultam as negociações com os chineses.
“Essas práticas minam seriamente a ordem econômica e comercial internacional, desestabilizam a produção global e a cadeia de suprimentos e prejudicam os interesses de todos os países”, afirmou Lin Jian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China.