Peça publicitária pretende mostrar integrantes da corporação como trabalhadores sacrificados
Um vídeo produzido pela Marinha e veiculado em suas redes sociais para lembrar o Dia do Marinheiro, comemorado no dia 13 de dezembro, está sendo muito criticado nas plataformas digitais. As imagens apresentam os marinheiros em situações sacrificantes de treinamento militar, enquanto os civis são aparecem na praia, no futebol, em festas e outros momentos de lazer.
O vídeo foi postado no domingo (1), com o texto: “Ao chegarmos em dezembro, homenageamos os Marinheiros e Fuzileiros, que abdicam de suas famílias e dos momentos de lazer para proteger as riquezas do Brasil no mar”, seguido pelas hashtags #DiaDoMarinheiro #VemPraMarinha.
Ao chegarmos em dezembro, homenageamos os Marinheiros e Fuzileiros, que abdicam de suas famílias e dos momentos de lazer para proteger as riquezas do Brasil no mar. #DiaDoMarinheiro #VemPraMarinha pic.twitter.com/ItibdCLh3j
— Marinha do Brasil (@marmilbr) December 1, 2024
Reações ao vídeo da Marinha
“Para a Marinha não existe classe trabalhadora”, escreveu em postagem no X o antropólogo Piero Leirner. “Os civis são um bando de turistas no Brasil, enquanto eles fazem tudo”.
O professor de Administração Pública, Raphael Viegas, da Fundação Getúlio Vargas, questiona a produção da peça publicitária.
“A Marinha do Brasil usou recursos públicos para produzir um vídeo em que os civis curtem a vida enquanto só a Marinha trabalha. Quem autorizou produzir esse vídeo e quanto custou? Queremos saber”, cobra Viegas.
Deputada estadual pelo PT do Rio Grande do Sul, Laura Sito considerou a peça inacreditável, segundo o ICL.
“O vídeo real deveria ser os pensionistas dos militares curtindo a vida com altas pensões, enquanto o povo se ferra no transporte coletivo indo trabalhar. Vergonha!”.
O perfil Pensar a História publicou no X a seguinte observação: “Qualquer professor, qualquer cobrador de ônibus, qualquer motorista de Uber, qualquer pedreiro, qualquer trabalhador civil desse país tem uma rotina mais estressante e mais perigosa do que essa galera. E ganha muito menos”.