A Polícia Federal (PF) indiciou nesta sexta-feira (8) o ex-coach Pablo Marçal por crime de uso de documento falso. Pela manhã, ele prestou depoimento na Superintendência Regional da PF, em São Paulo, onde foi informado formalmente do indiciamento.
Em 4 de outubro, a dois dias do primeiro turno das eleições municipais – nas quais concorria a prefeito de São Paulo pelo PRTB –, Marçal postou em suas redes um material forjado para prejudicar o também candidato Guilherme Boulos (PSOL). O suposto laudo teria sido emitido pela clínica médica Mais Consulta e indicava que Boulos estaria com “quadro de surto psicótico grave, em delírio persecutório e ideias homicidas”, após uso de cocaína.
Já no dia seguinte (5/10), a Polícia Federal abriu a investigação. Uma perícia realizada pela instituição concluiu que o laudo era falsificado. Agora, a PF, em parceria com o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), deve encaminhar um relatório para o Ministério Público Eleitoral, que deve oferecer uma denúncia oficial contra Marçal, tornando-o réu.
Caso seja condenado, o ex-coach ficará inelegível, o que prejudica não apenas seus planos pessoais – mas também o de partidos que desejam filiá-lo para fazer contraponto ao bolsonarismo. É o caso do União Brasil.
No depoimento à PF – que durou três horas –, Marçal negou envolvimento com o crime, alegando não ter partido dele nem a elaboração nem a postagem do material. Sem citar nomes, ele teria atribuído a responsabilidade à sua equipe de redes sociais.
Nesta quinta (7), o juiz da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, Antonio Maria Patiño Zorz, havia indeferido o pedido feito pelo PSB para que sejam quebrados os sigilos bancário e fiscal de Marçal. Uma ação do partido pede a condenação de Marçal à inelegibilidade por abuso de poder econômico.