Dirceu lutou contra a ditadura, viveu exilado, fundou um partido e sua obsessão é falar sobre o que devemos fazer para transformar o Brasil num país grande.
Viva José Dirceu de Oliveira e Silva, herói do povo brasileiro!
Quando estive com o Zé Dirceu a primeira vez, confesso, minhas pernas ficaram geladas, reconheci nele todos os atributos de um herói, alguém que, diante do perigo, combate a adversidade por meio de feitos de engenhosidade, coragem ou força.
Na literatura os heróis são aquela figura arquetípica, personagem modelo, que reúne, em si, os atributos necessários para superar, de forma excepcional, um determinado problema de dimensão épica. Para os gregos antigos, o herói situava-se na posição intermédia entre os Deuses e os Homens, em geral, filho de um Deus e de uma mortal, como Hércules, Perseu e Aquiles.
Que me desculpem o entusiasmo, mas Zé Dirceu é um herói, a sua vida tem uma dimensão semidivina; ele não a conduziu em busca da glória, mas de forma honrada e altruísta, afirmou-se como exemplar combatente pela democracia e pela construção de uma sociedade fraterna, num país livre.
Por essas e tantas outras tantas razões deve ser comemorada a justa e correta anulação de atos processuais praticados por um juiz que já foi declarado incompetente e parcial pelo STF.
Algumas pessoas me perguntam: “por que o processo do Zé Dirceu foi anulado? ”.
O que aconteceu foi que Zé Dirceu pediu a extensão dos efeitos da decisão do STF que declarou Moro parcial e suspeito nos processos de Lula, nas ações ajuizadas contra ele pela força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba.
O ministro Gilmar Mendes acolheu o pedido do Zé, afinal, sabemos que Moro agiu imbuído com motivação política, transformou cada processo em autos de fé, o que, para nós advogados e para os cidadãos que defendem o Estado Democrático de Direito, respeito ao devido processo legal e à ampla defesa foi muito grave, em certa medida até criminoso.
*Pedro Maciel/247