Os principais sindicatos de transporte da Argentina iniciaram uma greve de 24 horas à meia-noite desta quarta (30) em protesto contra uma série de medidas de austeridade do presidente ultradireitista Javier Milei. O protesto afeta o funcionamento de trens, aviões, caminhões, táxis, barcos e atividades portuárias.
As companhias aéreas brasileiras cancelaram os voos que chegam ou que partem da Argentina. A Aerolíneas Argentinas informou que pelo menos 27 mil passageiros foram afetados.
“É uma grande jornada nacional de protesto. Muito mais do que uma greve de transportes. A luta não é apenas por questões setoriais, mas pela educação, pela saúde, pelas aposentadorias e por tudo o que este governo está destruindo”, salientou Juan Pablo Brey, secretário-geral da Associação Argentina de Aeronautas.
Funcionários públicos, universitários, estudantes e outros sindicatos também se uniram contra o ajuste do governo e a desvalorização dos salários, enquanto movimentos sociais anunciaram cozinhas comunitárias e bloqueios de estradas em todo o país.
“Estamos lutando não apenas por questões setoriais, mas pela educação, saúde, aposentados e por tudo o que este governo está destruindo”, declarou Brey.
O principal sindicato de motoristas de ônibus não aderiu à greve, aguardando resultado de negociação, mas anunciou uma paralisação para esta quinta (31).
Desde sua posse em dezembro, Milei implementou duras medidas de desregulamentação da economia e cortes nos gastos públicos, resultando em um superávit nas contas públicas. Mas, a economia doméstica sofre com forte recessão, a inflação que em setembro foi de 209% e a pobreza que, na primeira metade do ano, alcançou 52,9% da população.