Durante a madrugada de sexta-feira para sábado (horário local), Israel cometeu intensos ataques contra alvos militares no Irã, incluindo ataques próximos à capital, Teerã, e em outras cidades. O governo de Israel, liderado por Benjamin Netanyahu, justificou a ação como uma retaliação às ofensivas do regime iraniano no início deste mês. Após horas de operação, o comando militar israelense declarou a missão encerrada, com todas as aeronaves retornando em segurança, mesmo após uma operação a mais de 1.600 milhas de Israel.
Os alvos dos ataques incluíram baterias de defesa aérea e locais de fabricação de mísseis balísticos que haviam sido usados contra Israel. O saldo divulgado pelo Irã contabiliza dois soldados mortos. “O Exército da República Islâmica do Irã, ao defender a segurança do país e proteger o povo, sacrificou dois dos seus combatentes durante ataque do regime criminoso”, afirmaram autoridades iranianas em nota.
Mesmo com a operação finalizada, Israel deixou um aviso ao Irã. Segundo o porta-voz das Forças de Defesa de Israel, Daniel Hagari, o ataque foi preciso e direcionado a alvos militares específicos. “Realizamos ataques direcionados e precisos contra alvos militares no Irã – frustrando ameaças imediatas ao Estado de Israel”, disse Hagari. Ele reforça que Israel está preparado tanto para a defesa quanto para novos ataques, caso o conflito se intensifique. “Nossa mensagem é clara: todos aqueles que ameaçam o Estado de Israel e procuram arrastar a região para uma escalada mais ampla pagarão um preço alto”, falou.
Irã admite “danos limitados”
Apesar das perdas humanas, o governo iraniano minimizou os impactos materiais dos ataques, afirmando que seu sistema de defesa aérea impede danos mais extensos. Os bombardeios foram concentrados em bases militares em Teerã, Khuzistão e Ilam. Após a ofensiva, tanto o Irã quanto o Iraque fecharam seus espaços aéreos, sem dar maiores detalhes sobre a decisão.
Outros países condenam ataques
A ação militar gerou repercussão imediata em diversas nações. Como esperado, os Estados Unidos manifestaram apoio à operação israelense, classificando-a como “exercício de autodefesa”. Sean Savett, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, afirmou que os ataques miraram exclusivamente alvos militares, ao contrário das intervenções iranianas, “que teve como alvo a cidade mais populosa de Israel”. O presidente americano, Joe Biden, declarou que espera que a ação encerre o ciclo de ataques entre os dois países.
“Compromisso dos EUA é com a segurança de Israel e o direito à autodefesa”, escreveu o porta-voz do Pentágono, Patrick Ryder, no X (antigo Twitter).
Reino Unido e França também se posicionaram. O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, disse em coletiva que “Israel tem o direito de se defender”, mas pediu que o Irã não respondesse com uma nova onda de ataques, para evitar uma “escalada regional maior”.
O Ministério das Relações Exteriores francês, em comunicado, pediu que “todas as partes se abstenham de qualquer escalada e ação que possa piorar o contexto extremamente tenso na região.”
Já o Ministério das Relações Exteriores do Egito disse que “condena todas as ações que ameacem a segurança e a estabilidade da região” e enfatizou posição de que um cessar-fogo na Faixa de Gaza deve ser realizado o quanto antes.
A Turquia, no entanto, criticou duramente as ações israelenses, referindo-se ao conflito como “genocídio em Gaza” e classificando a contenção de Israel como uma necessidade urgente para a paz e segurança global.
Escalada de conflito
A intervenção israelense levanta preocupações sobre uma potencial escalada de violência no Oriente Médio, já que muitos dos alvos iranianos são bases estratégicas próximas a Teerã. Com apelos internacionais por contenção, a região segue em alerta para novas movimentações de ambos os lados, enquanto Israel reforça seu compromisso com a autodefesa e o Irã afirma que não tolerará ataques em seu território.
Os líderes globais alertam para a necessidade de negociações que possam evitar um conflito mais amplo, que envolva outras potências e traria consequências devastadoras para o Oriente Médio e o cenário global.
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* agência