Na 16ª reunião do BICS, que começa nesta terça (22) em Kazan, na Rússia, uma das principais novidades será a admissão de 12 novos países como parceiros do grupo. Embora a lista final ainda possa sofrer mudanças durante as reuniões de líderes, os países convidados até agora, segundo informações obtidas por negociadores, são:
- Cuba e Bolívia (América Latina)
- Indonésia e Malásia (Sudeste Asiático)
- Uzbequistão e Cazaquistão (Ásia Central)
- Tailândia e Indonésia (Sudeste Asiático)
- Nigéria e Uganda (África)
- Turquia e Belarus (Europa/Ásia)
A inclusão desses países segue uma linha de diversificação regional e estratégica. A presidência russa do Brics, que está liderando as negociações, busca equilibrar o bloco com a entrada de novas nações, evitando o predomínio de apenas uma região ou potência.
A decisão de expandir o grupo ocorre após a primeira grande ampliação em 2023, quando Irã e Etiópia foram adicionados, demonstrando a influência da China dentro do grupo. O processo de inclusão, no entanto, tem sido conduzido com cautela, para evitar situações como a da Arábia Saudita, que demonstrou desinteresse após o ingresso de seu arquirrival Irã no ano passado.
Outra novidade importante a ser discutida na cúpula é a questão da reforma do Conselho de Segurança da ONU, onde o Brics busca maior representatividade. O Brasil, que já havia garantido uma menção nominal em 2023 ao lado de Índia e África do Sul, vê agora uma reformulação dos termos após as demandas de novos membros, como Egito e Etiópia, que também almejam assentos no conselho reformado.
A exclusão da Venezuela
Apesar do estreito relacionamento entre Caracas e Moscou, o Brasil vetou informalmente a inclusão da Venezuela como parceira do BRICS. A ausência da Venezuela na lista de convidados reflete um consenso nas reuniões preparatórias, onde prevaleceu a decisão de não admitir o país liderado por Nicolás Maduro.
A relação entre o Brasil e a Venezuela de Maduro se deteriorou desde que Lula (PT) decidiu não reconhecer os resultados das eleições venezuelanas, amplamente consideradas fraudulentas. Essa postura levou a uma ruptura virtual entre os dois países, o que explica a exclusão da Venezuela das negociações.