Protestos, recessão, emigração: Netanyahu coloca Israel em “perigo existencial”

Protestos, recessão, emigração: Netanyahu coloca Israel em “perigo existencial”

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Segundo analistas, conflitos sociais e políticos gerados pela guerra contínua de Netanyahu levam Israel a um cenário catastrófico, arriscando sua sobrevivência como Estado.

Depois de um ano de genocídio continuado contra a população palestina, aprofundaram-se em Israel os problemas internos por se manter em estado contínuo de guerra. Os governantes israelenses decidiram começar uma ofensiva contra o Hezbollah e o Líbano enquanto prolongam ataques contra Gaza, Cisjordânia, Iêmen, Iraque, Síria e Irã.

O governo de Benjamin Netanyahu está em um momento alto de sua gestão, bem alinhado com as correntes políticas e religiosas locais de extrema-direita e fundamentalismo talmúdico, reflexo da multiplicação de frentes militares em que se encontra em escala regional.

A situação atual está condicionada por três crises que se relacionam entre si, e que provavelmente determinarão os próximos meses neste país e, portanto, repercutam nas ações bélicas contra os países e grupos do Eixo da Resistência.

Crise social
No princípio deste ano sucederam-se jornadas de protestos sociais e greves trabalhistas em Israel dirigidas diretamente à direção governamental, especialmente devido à forma como o exército levou a cabo sua ofensiva supostamente contra o Hamas e outras organizações da resistência palestina.

Especificamente, a população israelense não gostou da maneira como o governo de Netanyahu gestiona a situação de reféns nacionais em Gaza e as tentativas de assinar um cessar-fogo.

De igual maneira, um membro do gabinete de guerra, o general Gadi Eisenkot, criticou o enfoque do primeiro-ministro em ambos os temas. A discórdia existente sobre a aproximação estratégica do exército tornou-se pública.

As culpas em torno da figura de Netanyahu intensificaram-se desde então, tanto de funcionários locais como da população que se viu afetada diretamente pela guerra.

No entanto, a cidadania não protesta contra a guerra, só quanto à estratégia utilizada. Uma pesquisa de janeiro indicou que 88% acreditam que o crescente número de mortes palestinas são justificadas, e uma enorme maioria opina que as Forças de Defesa de Israel fazem uso adequado da força, ou até de muito pouca, em Gaza.

Outra pesquisa, de fevereiro, mostra que 63% dos israelenses se opõem à instauração de um Estado palestino.

De maneira que a própria sociedade israelense está comprometida com a política de continuação da guerra, ainda que pense que os líderes militares estão mal orientados. A percepção contribui para a ideia de que Israel já não é um Estado seguro e forte na área econômica.

Emigração comprova crise
Sem dúvida, um dos dados mais ilustrativos desta crise social é a emigração em massa que se deu no país desde 7 de outubro de 2023. Um artigo de The Jewish Independent afirma: “As estatísticas de emigração mostram que 42.185 israelenses abandonaram o país entre outubro de 2023 e março de 2024 sem terem regressado até julho deste ano”.

Apenas em outubro de 2023, 12.300 israelenses deixaram o país “e não tinham regressado até junho de 2024, em comparação com só 3.200 que se foram de forma permanente no ano anterior, um aumento de 285%”, informa uma nota do The Times of Israel.

*Diálogos do Sul

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