O líder norte-coreano Kim Jong Un ameaçou usar todas as suas capacidades militares, sem descartar armas nucleares, caso os “imperialistas dos Estados Unidos e seu fantoche” (em alusão à Coreia do Sul), ataquem seu país.
A declaração foi dada durante o 60ª aniversário da fundação da Universidade de Defesa Nacional, celebrado na segunda-feira (07/10). Entretanto, as falas foram publicadas nesta terça (08/10), pelo jornal oficial do Partido dos Trabalhadores de Pyongyang, o Rodong Sinmun.
“Se o inimigo tentar usar a força contra o nosso Estado, nossas forças armadas usarão todos os ataques sem hesitação, e o uso de armas nucleares não será descartado”, afirmou.
esforço de guerra ao consolidar sua relação militar numa aliança nuclear. Ainda segundo ele, esse “comportamento provocativo” ameaça corromper “o equilíbrio de poder na península coreana” a qualquer momento.
“A ruptura do equilíbrio estratégico de poder na península coreana significa guerra. Não permitiremos que esse equilíbrio de poder seja interrompido de forma alguma”, pontuou. “Quanto mais o inimigo tenta ganhar superioridade no poder e reverter a situação estratégica usando a ‘aliança nuclear’ como arma, mais devemos avançar na ciência e na indústria de defesa, fortalecendo a dissuasão de guerra de autodefesa em uma extensão infinita.”
No domingo (06/10), um comunicado publicado pelo Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Norte também acusou os Estados Unidos de serem os responsáveis pela escalada de tensões no mundo e pela articulação de guerras apenas com a finalidade de se manterem em posições hegemônicas.
Ainda em seu discurso na universidade, o líder de Pyongyang criticou uma declaração feita pelo presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol dias atrás, quando alegou ter “uma capacidade esmagadora de poder militar” contra o vizinho do norte. Em resposta, Kim chamou-o de “anormal”, e o ridicularizou por ameaçá-lo enquanto não tem sequer “uma única arma estratégica”.
“Falávamos sobre a liberação do sul ou sobre a unificação pela força. Agora não nos importamos, porque somos dois Estados separados. Não temos intenção de atacar a República da Coreia [do Sul] e é perturbador até mesmo estar ciente [da existência] daquele país”, acrescentou Kim.
Diante da ameaça norte-coreana, Yoon concedeu uma entrevista à Associated Press (AP) indicando que, caso Seul for confrontado com armas nucleares, Kim enfrentará “o fim de seu regime” por meio de uma “uma resposta resoluta e destrutiva da aliança Coreia do Sul-Estados Unidos”.
“A Coreia do Norte pode continuar fazendo provocações, falando de testes nucleares e lançamento de mísseis balísticos a fim de atrair a atenção dos Estados Unidos e da comunidade internacional”, disse o mandatário sul-coreano.