Território de maioria árabe, o mais “integrado” ao Estado judeu, viu caça supersônico F-16 despejar mísseis em plena área urbana, atingindo um prédio e um café lotado.
De LISBOA | Os ataques generalizados e devastadores de Israel contra países árabes não param. Desta vez, num ato raro, o governo do primeiro-ministro de extrema direita Benjamin Netanyahu bombardeou na noite desta sexta-feira (4), no horário local, a Cisjordânia, um território palestino ocupado que é o mais “integrado” ao Estado judeu. No entanto, isso não foi suficiente para impedir que um caça supersônico F-16 disparasse mísseis contra uma área urbana em Tulkarem, atingindo um edifício e um café lotado, deixando 18 pessoas mortas.
Segundo o porta-voz das IDF (Forças de Defesa de Israel, na sigla em inglês), almirante Daniel Hagari, o alvo seria o líder do Hamas na Cisjordânia, Zahi Yasser Abd al-Razeq Oufi, e um ‘herdeiro presumido’ do Hezbollah que viveria na região. O primeiro foi morto, segundo Tel Viv.
O Ministério da Saúde da Autoridade Palestina emitiu nota informando que o prédio atingido foi seriamente devastado, sobretudo um café que funcionava no térreo do edifício, onde ocorreu a maioria das mortes. O presidente palestino Mahmoud Abbas, que é integrante do Fatah, rival do Hamas, que contra a Faixa de Gaza, classificou o bombardeio como “um crime”.
Corpo foi parar no alto de poste
A rede de televisão catari Al Jazeera entrevistou um homem que mora nas proximidades do local atingido pelos mísseis em Tulkarem. Ele contou que viu um corpo pendurado nos fios, no alto de um poste, após as explosões. O sujeito sequer tinha ideia de que era o cadáver de seu sobrinho, diz a Forum.
“Vimos partes de corpos voando, e fogo se acendeu na área. Vi o corpo de uma pessoa pendurado em um poste de ferro ali perto. Desde 7 de outubro, este foi o bombardeio mais poderoso… Este é um crime contra a humanidade, um crime contra crianças, mulheres e civis. Meu primo Mahmoud e meu primo Sajaa foram martirizados durante este bombardeio. Cinco de nossos parentes foram martirizados neste bombardeio, junto com parentes do dono do prédio, que é meu primo. Sua sobrinha, seu marido e três de seus filhos também foram mortos”, contou Anas Khariwesh ao repórter.