Pesquisa mostra Boulos à frente nas intenções de voto, enquanto Nunes e Marçal disputam posição com empate técnico a um dia da eleição.
Na véspera da eleição municipal de São Paulo, o cenário eleitoral se mantém acirrado. De acordo com a pesquisa Datafolha divulgada neste sábado (5), Guilherme Boulos (PSOL) lidera com 29% dos votos válidos, seguido por Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB), ambos empatados com 26%. A margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos coloca os três candidatos tecnicamente empatados, mas com Boulos aparecendo com a vantagem numérica. A pesquisa foi realizada a pedido da Folha de S. Paulo e da TV Globo, e ouviu 2.052 eleitores paulistanos.
Os dados revelam que, a menos de 24 horas da votação, 22% dos eleitores ainda podem mudar de voto, enquanto 77% afirmam estar decididos. Entre os eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Marçal lidera com 49% das intenções, à frente de Nunes, que tem 36%. No entanto, a campanha do influenciador sofreu um golpe significativo na sexta-feira (4), quando ele divulgou um laudo médico falso para atacar Boulos. “A tentativa de associar meu nome ao uso de drogas é uma atitude desesperada de quem vê a derrota se aproximando”, declarou Boulos, pedindo a prisão de Marçal por falsificação de documentos.
O médico envolvido na falsificação tem laços com o influenciador e já foi seu atendente em outra ocasião. A Justiça determinou a remoção do conteúdo nas redes sociais de Marçal e suspendeu o perfil do candidato. O impacto desse episódio no resultado final ainda é incerto, mas as campanhas seguem intensamente polarizadas. Com 247.
Ricardo Nunes, atual prefeito e candidato à reeleição, vinha caindo nas pesquisas desde a semana passada. Hoje, ele aparece tecnicamente empatado com Marçal, refletindo a disputa entre os dois pelo eleitorado conservador. “A eleição está indefinida até o último momento, e tudo pode mudar”, apontam os analistas da pesquisa. Já Boulos, apoiado por Lula (PT), tem enfrentado dificuldades para avançar entre os eleitores petistas, especialmente nas regiões periféricas e de baixa renda, onde Nunes mantém apoio significativo.