“O temor é que o Líbano seja a próxima Gaza”: especialistas analisam a guerra de Israel nas duas regiões

“O temor é que o Líbano seja a próxima Gaza”: especialistas analisam a guerra de Israel nas duas regiões

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Com os ataques israelenses no sul do Líbano, surgem alertas sobre uma nova crise humanitária e a conexão entre a luta libanesa e palestina.

“O temor é que o Líbano seja a próxima Gaza, assim como a Cisjordânia”, declara a jornalista brasileiro-palestina e doutora em Estudos Árabes (USP), Soraya Misleh. Diante dos últimos ataques israelenses ao sul do Líbano, que dizimou civis e deslocou milhares de pessoas na tentativa de eliminar líderes do Hezbollah e ganhar território na região de fronteira, a principal figura do movimento palestino no Brasil diz que “o Líbano se mostra como porta de entrada para Israel buscar o ‘Grande Israel’, que seria do Rio Nilo ao Rio Eufrates”.

Misleh enfatiza o medo de que a operação militar sionista no Líbano desvie a atenção para que Israel conclua seu projeto de genocídio em Gaza, que está há 5 dias de completar 1 ano, mas afirma que “o povo libanês, assim como o povo palestino, é resistente”. A jornalista acredita que diante da realidade atual, torna-se necessário “fortalecer e ampliar muito a solidariedade internacional, lembrando que Líbano e Palestina são uma única causa, uma única luta”.

Mohamad Kadri, ativista brasileiro-libanês e presidente do Fórum Latino Palestino, afirma que Israel “quer fazer aquela fronteira de 8 km (que divide o sul do Líbano e o norte da ocupação sionista) segura” e que “onde tiver alguma liderança do Hezbollah, eles vão continuar bombardeando” com o objetivo destruir sua infra-estrutura.

Ele garante que houve a tentativa por parte do governo libanês de evitar a intensificação dos ataques israelenses com a iniciativa de uma nova legislação referente à Resolução 1701, declarada pela Organização das Nações Unidas (ONU) durante o tratado de cessar-fogo entre Hezbollah e Israel em 2006.

A Resolução previa que apenas as Forças Armadas Libanesas e as Forças Interinas da ONU no país poderiam seguir armadas no Líbano. Porém, Kadri alerta que “o Hezbollah não está morto” e que o Exército libanês não tem força suficiente para garantir o desarmamento do partido militarizado. Nesse sentido, ele prevê que o cenário geopolítico naquela região levantina é “imprevisível”.

*GGN

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