Após discursar sob vaias e diante de uma Assembleia Geral das Nações Unidas esvaziada, em Nova Iorque, nesta sexta-feira (27/09), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, decidiu interromper sua viagem aos Estados Unidos, segundo um comunicado de seu gabinete, veiculado pela Al Jazeera.
“O primeiro-ministro Netanyahu decidiu retornar a Israel antes do planejado e partirá dos Estados Unidos esta noite”, afirma o comunicado, após o mandatário tentar justificar na ONU os massacres promovidos por Israel na Faixa de Gaza e escalada de conflitos no Líbano, enquanto diversas delegações, como a brasileira e iraniana, deixaram o local.
Além dos protestos dentro da Assembleia Geral, a presença de Netanyahu em Nova York provocou uma série de manifestações de movimentos sociais nas ruas da cidade, que vêm ocorrendo desde terça-feira, reunindo dezenas de milhares de pessoas que expressam seu repúdio contra os massacres cometidos por Israel em Gaza, na Cisjordânia e no Líbano.
O anúncio também ocorre na esteira de mais um intenso ataque contra Beirute, capital do Líbano, onde Tel Aviv resolveu escalar sua violência para além da Faixa de Gaza, sob justificativa de combater militantes do Hezbollah.
Apenas nesta semana, o governo libanês relatou 700 vítimas fatais em decorrência dos bombardeios israelenses. Já no território palestino, o número de mortes já superou a marca de 41 mil desde o início da ofensiva militar, em 7 de outubro de 2023.
Enquanto Beirute é bombardeado e tem edifícios residenciais destruídos, as Forças de Defesa Israelenses (FDI, como é chamado o exército de Tel Aviv) declarou continuidade à ofensiva, argumentando mirar supostas centros de comando do grupo libanês, quando na verdade, atinge áreas densamente povoadas por civis.