Ex-presidente seria testemunha favorável ao ex-diretor da PRF Silvinei Vasques; processo pode cassar aposentadoria do ex-policial …
A CGU (Controladoria Geral da União) pediu à PF (Polícia Federal) o número do celular do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para intimá-lo a depor como testemunha favorável no processo que investiga suposta improbidade administrativa do ex-diretor da PRF (Polícia Rodoviária Federal) Silvinei Vasques.
Em ofício enviado ao delegado da PF Fábio Alvarez Shor, responsável por conduzir os principais inquéritos que tem Bolsonaro como alvo, a CGU disse que consultou os sistemas internos e não conseguiu identificar o número de celular do ex-presidente. As intimações para depoimentos costumam ser realizados aos advogados. Neste caso, o órgão desejava o contato direto do ex-presidente.
“Venho solicitar a sua colaboração, especificamente que encaminhe os dados de contato (email, pessoal e celular) do Sr. Jair Messias Bolsonaro”, diz um trecho do ofício obtido pelo Poder360. O caso tramita em sigilo.
Bolsonaro seria ouvido na condição de testemunha a pedido da defesa de Silvinei Vasques. Os advogados do ex-presidente aceitaram a solicitação, mas informaram que a manifestação seria por escrito.
Silvinei Vasques é investigado na CGU por participar, como então diretor-geral da PRF, de eventos públicos, conceder entrevistas e fazer publicações nas redes sociais favoráveis a Bolsonaro durante o governo.
Originalmente, a investigação contra Silvinei tramitava na própria PRF, mas foi transferida à Controladoria para evitar parcialidade ou conflito de competências. O ex-diretor é policial rodoviário federal aposentado. O processo na CGU pode anular a aposentadoria de Silvinei, segundo o Poder 360.
Em 19 de agosto, a Justiça Federal de Santa Catarina suspendeu o processo administrativo na CGU contra Silvinei Vasques.