China critica ‘interferência’ dos EUA e de bilionários na América Latina

China critica ‘interferência’ dos EUA e de bilionários na América Latina

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Nota do Ministério de Relações Exteriores chinês surge em simultâneo com a queda do X no Brasil, evoca Doutrina Monroe e diz concordar com bloqueio plataformas que violam leis nacionais

O Ministério de Relações Exteriores da China emitiu nesta quinta-feira (29/08) um comunicado no qual “apoia firmemente os países da América Latina na oposição à interferência externa e na defesa da soberania” contra ações de plataformas digitais que violam leis nacionais dessas nações.

Segundo Pequim, “os Estados Unidos não devem agir de forma arbitrária, ignorando as preocupações legítimas e o clamor por justiça dos países latino-americanos”.

A declaração chinesa, assinada pelo chanceler Wang Yi, acontece simultaneamente à decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de suspender a plataforma X (antigo Twitter) em todo o território nacional, após seu dono se recusar a nomear um representante legal da empresa no Brasil.

O dono do X é o bilionário sul-africano Elon Musk, naturalizado norte-americano, ícone da extrema direita mundial.

Embora não tenha citado diretamente o X/Twitter, ou o próprio Musk, a China mantém uma política de fortes restrições às plataformas digitais com sede em países do Ocidente.

A rede social X, por exemplo, está banida no país asiático desde 2009 – ou seja, antes mesmo de ser adquirida por Musk.

Em seu comunicado, a China também afirma que “os países da América Latina precisam é de respeito, igualdade e cooperação para o benefício de todos, e não de interferência em seus assuntos internos”.

Ao finalizar, Pequim recordou “a ultrapassada Doutrina Monroe dos Estados Unidos, o intervencionismo, o bullying, a coerção, as sanções e os bloqueios são a última coisa que eles (países latino-americanos) desejam”.

A Doutrina Monroe foi um pensamento político que ganhou força nos Estados Unidos a partir da carta escrita pelo presidente norte-americano James Monroe (1817-1823). Na prática, ela significou a defesa do direito de Washington de intervir em outros países das Américas, marcando o início da política expansionista nas recém independentes nações ao sul do seu território.

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