Em menos de uma semana, a Rússia anunciou colaborações com a Etiópia e a China para desenvolver inteligências artificiais (IAs). Mais do que formar cooperações bilaterais, esses e outros membros do BRICS querem criar um polo de desenvolvimento de IAs alternativo àquele em desenvolvimento pelo Norte Global.
A área de desenvolvimento de inteligência artificial é um dos principais eixos de discussão quando o assunto é tecnologia do futuro. A ferramenta, mais do que um geradora probabilística de texto como hoje se apresenta pelo popular ChatGPT, tem diversas aplicações que vão desde análise de dados, reconhecimento facial e segurança de dados à visão de máquina, finanças e robótica.
Dessa forma, continuar à frente das inovações tecnológicas se tornou uma necessidade para todos os países que buscam manter seus protagonismos mundiais e regionais. Nesse sentido, o Brasil, que advoga por um mundo multipolar e se lança como principal porta-voz da América do Sul, lançou no final de julho o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), que prevê R$ 23 bilhões em investimentos, em sua maioria públicos.
Entre os destaques do plano brasileiro estão melhorias no Santos Dumont, supercomputador brasileiro localizado em Petrópolis, o desenvolvimento de tecnologias soberanas e a descentralização dos polos de dados por todo o território brasileiro.
BRICS equilibra ‘agenda do G7’
O Brasil, contudo, não é o único a buscar desenvolver suas próprias tecnologias de inteligência artificial. Os países do G7, por exemplo, buscam soluções para o aprofundamento em conjunto da tecnologia, como foi evidenciado em Hiroshima, na 49ª cúpula do grupo, em 2023.
Em contraponto a esse desenvolvimento ocidental, na última semana, uma delegação de especialistas em IA russos visitou o Instituto de Inteligência Artificial da Etiópia para explorar oportunidades de cooperação no setor.
Ademais, o Centro Nacional para Desenvolvimento de Inteligência Artificial do governo da Federação da Rússia anunciou um acordo de colaboração no setor com a China. Ambos os países, líderes mundiais de informática, advogam não apenas por maior cooperação no desenvolvimento de IA entre si, mas também pelos países do BRICS, incluindo o Brasil.
*GGN