Conselheiro “espiritual” de Bolsonaro levantou suspeita ao usar uma linguagem subliminar ao divulgar ato pelo impeachment de Alexandre de Moraes dias antes da ação coordenada de incêndios: “vai ser quente demais”
A pedido do governo Lula, a Polícia Federal (PF) investiga a suspeita de uma ação coordenada que desencadeou centenas de focos de incêndio pelo Brasil, em especial em São Paulo, entre sexta-feira (23) e domingo (25), que contaminou o ar, expulsou famílias de casa, matou animais e resultou em milhares de hectares de matas e plantações queimadas.
Os incêndios aconteceram dias depois que Silas Malafaia, pastor e conselheiro “espiritual” de Jair Bolsonaro (PL), anunciou que o Brasil “vai pegar fogo”.
A publicação na rede X, no dia 15 de agosto, se referia à divulgação do novo ato golpista da horda bolsonarista, marcado para o dia 7 de Setembro. Na ocasião, os bolsonaristas pretendem pedir mais uma vez o impeachment de Alexandre de Moraes, agora pegando carona nas denúncias vazias da Folha de S.Paulo baseadas em um vazamento suspeito de conversas entre assessores do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Cinco dias após anunciar que o Brasil “vai pegar fogo”, Malafaia divulgou um vídeo com o alto escalão do bolsonarismo convocando para o ato. Na abertura, o pastor diz de forma irônica que “vai ser quente demais”.
A linguagem subliminar para divulgar o ato contra Moraes teria sido um apito de cachorro para desencadear o “Dia do Fogo”, como lembrou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, ao falar das suspeitas de ação coordenada nos incêndios sem precedentes que aconteceram em dois dias no país.
“Do mesmo jeito que nós tivemos o ‘dia do fogo’, há uma forte suspeita de que agora esteja acontecendo de novo”, disse a ministra ao lado de Lula.
Eles disseram: o Brasil vai pegar fogo. pic.twitter.com/IwDX9PbwbY
— Rodrigo dos Reis (@_RodrigodosReis) August 25, 2024