Bisan Owda foi indicada ao Emmy de Notícias e Documentário com reportagem que mostra bombardeio contra sua residência no norte de Gaza e a procura de sua família por refúgio no Hospital al-Shifa.
Mais de 150 figuras da indústria do entretenimento dos Estados Unidos exigiram que a Academia Nacional de Artes e Ciências Televisivas (Natas) revogue a indicação da jornalista palestina Bisan Owda aos prêmios Emmy de 2024.
Owda, junto com a rede AJ+ (projeto digital do jornal Al Jazeera), foi nomeada para o Emmy de Notícias e Documentário na categoria Melhor Matéria Principal — Formato Curto, pela reportagem “It’s Bisan from Gaza and I’m Still Alive” (Aqui é Bisan de Gaza e ainda estou viva, em tradução).
O filme segue a jornada de sua família após escapar de um bombardeio de Israel contra sua residência em Beit Hanoun, no norte da Faixa de Gaza, buscando refúgio em uma suposta “zona segura” no Hospital al-Shifa, maior complexo de saúde do enclave sitiado.
Em sua reportagem de oito minutos, produzida pela divisão digital da Al Jazeera, Owda mostra a vida nas tendas improvisadas para abrigar os deslocados à força na Cidade de Gaza, incluindo entrevistas com sobreviventes, como uma menina de 11 anos de idade que perdeu ambos os pais para um bombardeio.
Por meio de uma carta aberto, um coletivo de celebridades e executivos autointitulado Creative Community For Peace (CCFP) acusa Owda de ter conexão com a Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), grupo criminalizado nos Estados Unidos.
O coletivo sionista em Hollywood buscou difamar a jornalista ao acusá-la de possuir “um histórico em promover inverdades perigosas, espalhar o antissemitismo e apoiar a violência”.