Protestos em defesa da Palestina e dos imigrantes marcam Convenção do Partido Democrata

Protestos em defesa da Palestina e dos imigrantes marcam Convenção do Partido Democrata

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Demanda para que Harris apoie políticas pró-imigrantes e um cessar-fogo na Palestina estiveram presentes tanto dentro, como fora do evento democrata.

A Palestina está em Chicago tanto dentro quanto fora da Convenção Nacional do Partido Democrata.

Nesta segunda-feira (19), os gritos de manifestantes nas ruas de Chicago exigindo o fim do apoio do governo estadunidense à guerra genocida de Israel em Gaza foram ouvidos até o United Center, onde compareceram os integrantes da cúpula do Partido Democrata, incluindo sua candidata presidencial, Kamala Harris, e o chefe da Casa Branca, Joe Biden, para o primeiro dia da Convenção Nacional Democrata.

“Viva, viva, viva a luta palestina”, gritavam em espanhol latinos e imigrantes da cidade bilíngue durante o trecho de um quilômetro da marcha nas imediações da sede da convenção. Outros gritavam: “parem a maquinaria de guerra estadunidense” e “Palestina livre”, brandindo bandeiras palestinas e vestindo keffiyeh, expressando a ira de um amplo mosaico de setores, liderados por jovens, e destacando uma aliança entre muçulmanos e judeus progressistas.

Mais de 5 mil manifestantes se reuniram convocados por uma coalizão de mais de 250 organizações dedicadas às lutas pelos direitos civis das minorias, das mulheres e da comunidade gay, à defesa dos imigrantes, à justiça ambiental, à paz e à solidariedade internacional e decidiram colocar o tema da guerra israelense em Gaza e a cumplicidade estadunidense nesse genocídio no centro de suas demandas.

Ampla aliança em prol da Palestina
Asiáticos pela liberdade palestina, Vozes Judaicas pela Paz, Latinos pela Palestina e outros marcharam junto com o movimento Black Lives Matter, os imigrantes, que gritavam: “estamos na luta, regularizem todos”, entre muitos outros. Mas o que mais preocupa o Partido Democrata é que muitos dos manifestantes – não todos – são considerados bases do partido; de fato, os jovens que manifestaram sua ira ao apoio estadunidense à guerra em Gaza por todo o país podem ser cruciais para determinar o resultado da eleição.

Mas a demanda para que Harris apoie um cessar-fogo imediato e ponha fim à venda de armas a Israel não se expressa apenas fora. Dentro da convenção, líderes de um grupo de 30 delegados não comprometidos – aqueles que não deram seu voto para ratificar a candidatura de Harris – estão exigindo que a candidata apoie um cessar-fogo agora mesmo.

“O movimento dos ‘não comprometidos’ é um movimento antiguerra, pró-paz; por isso precisamos de um cessar-fogo imediato em Gaza e um embargo aos envios de armas estadunidenses a Israel”, declarou Rema Mohammed, que faz parte dos delegados não comprometidos eleitos por 110 mil eleitores em Michigan, como uma forma de demonstrar sua oposição às políticas da Casa Branca. Em uma coletiva de imprensa na convenção, destacou que dezenas de milhares de eleitores em Wisconsin, Minnesota e uma dúzia de estados votaram por delegados que insistem em um cessar-fogo.

“Kamala Harris está arriscando perder Michigan e outros estados porque eleitores lá não acreditam que podem apoiá-la diante da guerra em Gaza”, apontou Mohammed. Estava acompanhada pela deputada estadual de Illinois Lilian Jiménez, que se identificou como filha de mexicanos e porto-riquenhos e é delegada na convenção. “É sumamente importante que clamemos por um cessar-fogo e um embargo de armas, declarou. Os jovens da minha comunidade estão apelando por isso”. Advertiram que não será possível estimular o voto dos jovens sem que Harris se pronuncie a favor de uma mudança na política para Israel e os palestinos.

*Diálogos do Sul

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