Alexandre de Moraes já suspeita quem vazou conversas para a Folha e Glenn Greenwald

Alexandre de Moraes já suspeita quem vazou conversas para a Folha e Glenn Greenwald

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Ex-assessor no TSE é o principal suspeito. Ele, no entanto, aponta para a polícia de Tarcísio Gomes de Freitas, que apreendeu seu celular e teria devolvido de maneira suspeita.

Pouco mais de uma semana após a Folha de S.Paulo tentar emplacar um “escândalo” divulgando conversas de subordinados do ministro, Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e assessores próximos já têm um nome como principal suspeita de ter realizado o vazamento para o jornal da família Frias e para o jornalista Glenn Greenwald, coautor da série de reportagens.

Nas conversas reveladas pela Folha um nome é recorrente: Eduardo Tagliaferro, engenheiro e perito de crimes cibernéticos de sua confiança, alçado por Moraes à chefia da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED) do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em agosto de 2022.

E é Tagliaferro, segundo Bela Megale no jornal o Globo, o principal suspeito de ter vazado as informações.

Tagliaferro foi detido por violência doméstica contra a esposa no dia 8 de maio de 2023 em Caieiras, região metropolitana de São Paulo. Durante a prisão, a arma com que ele havia disparado foi apreendida. O celular dele também ficou 6 dias sob a responsabilidade da polícia de Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos).

No dia 9 de maio, um dia após a prisão, Tagliaferro foi exonerado por Moraes “devido sua prisão em flagrante por violência doméstica e aguardará a rigorosa apuração dos fatos”.

Contrariado, Tagliaferro argumentou à polícia “que jamais colocaria a integridade da família em risco” e que o disparo da arma durante a agressão à esposa teria sido acidental. E nunca retornou à assessoria do TSE.

Ao jornal O Globo, Tagliaferro levantou suspeitas sobre o governo Tarcísio dizendo que “conforme consta em documentos oficiais, seu aparelho celular foi indevidamente apreendido, ficou em posse da Polícia Civil por seis dias e, quando devolvido, ele não acompanhou a dita deslacração do telefone”.

Segundo o ex-assessor de Moraes outro fato importante, ainda desconhecido, é que seu celular foi apreendido em uma delegacia e devolvido em outra.

Ele afirmou ainda que “conforme vem sendo dito pelo excelentíssimo ministro Alexandre e desembargadores com quem trabalhou, não se preocupa com o teor das mensagens que eventualmente tenham sido obtidas de seu telefone”.

Vazamento
Nas reportagens, Glenn e a Folha afirmam que os 6 gigabites que teriam em mensagens trocadas pelos assessores de Moraes não são frutos de “hackeamento”, mas foram entregues ao jornal por uma “fonte”.

Conforme a Fórum antecipou, nos bastidores, há duas hipóteses sobre o vazamento dos diálogos, que estariam no celular de Tagliaferro. Uma delas é uma possível “vingança” do ex-assessor de Moraes pela demissão.

A outra hipótese envolve diretamente a deputada extremista Carla Zambelli e a polícia liderada por Tarcísio Gomes de Freitas, que afirmou na quarta-feira (14) que acha que a denúncia da Folha “é um caso que tem que ser apurado com todo rigor e ter as consequências necessárias”.

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