Jornal parece ter conseguido servir aos interesses dos bolsonaristas e pode ter provocado o encerramento das investigações.
Após a repercussão de reportagens que mencionaram uma suposta “fuga do rito” por parte do ministro Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a defesa pelo encerramento do inquérito das “fake news” tem ganhado força nos bastidores do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo a coluna da jornalista Luísa Martins, da CNN Brasil, parte dos ministros entende que a investigação foi crucial para a proteção da democracia e dos próprios membros da Corte, mas que o período de cinco anos sem uma conclusão definitiva é excessivo.
O inquérito das fake news foi instaurado em 2019, por iniciativa do então presidente do STF, ministro Dias Toffoli, que nomeou Alexandre de Moraes como relator. Apesar de polêmica, a medida estava prevista no regimento interno do tribunal.
Moraes, que à época estava há apenas dois anos no Supremo, ampliou sua influência ao longo das investigações, que acabaram se ramificando em outros casos, como o inquérito das milícias digitais. Na semana passada, reportagens do jornal Folha de S. Paulo apontaram que Moraes teria solicitado, de maneira informal, informações a assessores do TSE sobre alvos da investigação das “fake news”. Em sua defesa, Moraes declarou que seguiu os procedimentos regulares. Publicamente, ministros como Flávio Dino, Luís Roberto Barroso (atual presidente do STF), Gilmar Mendes e Cármen Lúcia (presidente do TSE) manifestaram apoio a Moraes.
“Nos bastidores, entretanto, há uma percepção geral de que o encerramento do inquérito evitaria uma escalada do desgaste de Moraes e aplacaria parte das críticas endereçadas ao ministro, que acabam impactando todo o tribunal”, destaca a reportagem. Com o fim do inquérito, a Folha de S. Paula poderá ter provocado o encerramento das investigações, atendendo aos interesses dos bolsonaristas.