Recomendação veio após ‘big tech’ ter sido considerada concorrente.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos cogita recomendar a divisão da gigante da tecnologia, Google, após a empresa ter sido considerada um monopólio na última segunda-feira (5). A ideia seria repartir a empresa em pequenas companhias com diferentes produtos. A informação é da agência de notícias Bloomberg
Caso siga em frente, a proposta será encaminhada para o juiz americano Amit P. Mehta, responsável pelo caso. A decisão seria inédita na história de conflitos entre o governo americano e as big techs. Poderá ser aberto um precedente histórico contra as empresas de tecnologia nos EUA e no mundo.
O Departamento de Justiça também fez outra sugestão, que seria o compartilhamento de dados do Google com rivais nas buscas, como o Bing (da Microsoft) ou o DuckDuckGo.
Metha concluiu que o Google gera mais dados de usuários, o que consequentemente melhora os algoritmos das pesquisas, fazendo com que usuários prefiram a empresa por ser mais eficiente.
Esse mecanismo impede adversários de melhorar seus serviços e competir propriamente.
Contudo, a big tech disse que considera que essa solução colocaria os dados dos usuários em risco.
Monopólio do Google
O Google havia sido processado pelo Departamento de Justiça em 2020, quando foi acusado de firmar contratos bilionários com empresas de celulares e navegadores, para tornar o Google o buscador padrão dos produtos e serviços.
Isso teria tido influência para que a empresa se consolidasse como a principal no quesito de buscas digitais, retendo mais de 90% da participação do mercado.
Segundo Metha, a corte irá decidir qual o melhor meio de conter o comportamento monopolista do Google, podendo ou não acatar a recomendação do Departamento de Justiça de repartir a big tech. Entretanto, pode levar anos até que a sentença seja tomada.
Já houve um caso semelhante na Justiça americana, em 1998, quando a Microsoft foi processada por abuso de poder econômico e por minar a concorrência por meio do sistema operacional Windows. A empresa foi acusada de proibir os usuários de usar outros navegadores no seu sistema, permitindo apenas o Internet Explorer — navegador da Microsoft.
No fim do processo, em 2001, a Microsoft foi considerada um monopólio, contudo a decisão tomada foi de aplicar soluções ao modelo de negócio, ao invés de dividir a empresa.
A decisão permitiu que outros navegadores entrassem no mercado, como o Chrome, do Google, e o Safari, da Apple, que hoje são líderes do mercado.