“Eles se achavam donos do mundo”, dispara Luis Felipe Salomão; ministro deixa a Corregedoria Nacional de Justiça em agosto
O ministro Luís Felipe Salomão deixa agora em agosto a presidência da Corregedoria Nacional de Justiça. Em sua despedida, ele concedeu uma longa entrevista ao portal JOTA. Entre inúmeros pontos abordados na pauta, Salomão comentou a famigerada correição extraordinária realizada de maneira inédita nos gabinetes da Lava Jato – 13ª Vara e 8ª Turma do TRF-4.
O ministro rebateu críticas desferidas contra seu trabalho, por exemplo, pelo ministro Luis Roberto Barroso, que afirmou publicamente que as representações disciplinares contra juízes lavajatistas parecem retaliação pelos seus feitos.
“Onde tem perseguição nisso eu realmente não sei, porque nós fizemos isso com todos esses casos de correição extraordinária que nós realizamos em diversas situações, envolvendo gente de primeiro grau, de segundo grau. Esse era um caso mais rumoroso, mas eu tratei de usar critérios técnicos. Eu não podia fugir da minha obrigação“, afirmou.
Segundo Salomão, a correição foi necessária para dar resposta a mais de 30 representações que estavam paradas no CNJ. Disse que errado não é investigar, mas sim cometer deslizes consideráveis na condição de magistrado.
Sem citar nomes, Salomão deu bordoadas não só em Barroso, mas também em Sergio Moro, Gabriela Hardt e na turma da Lava Jato que, nas palavras do ministro, se “achavam os donos do mundo”. “Eu acho que esses caras, quando acabam se sentindo donos da justiça, eles transbordam. Eles passam o limite. Eles se achavam donos do mundo. Quem é que ia contestar uma colaboração deles? Quem é que ia?”
*GGN