Celso Amorim teme que situação piore na Venezuela: “Temo conflito muito grave”

Celso Amorim teme que situação piore na Venezuela: “Temo conflito muito grave”

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“Não quero usar a expressão guerra civil, mas temo muito”, afirmou Celso Amorim

O assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assuntos internacionais, Celso Amorim, manifestou nesta quarta-feira (7) preocupações sobre os possíveis desdobramentos das eleições presidenciais na Venezuela.

Em entrevista ao Estúdio i, da GloboNews, Amorim afirmou temer um “conflito muito grave” no país”.

“Eu temo muito que possa haver um conflito muito grave. Não quero usar a expressão guerra civil, mas temo muito. E eu acho que a gente tem que trabalhar para que haja um entendimento. Isso exige conciliação. E conciliação exige flexibilidade de todos os lados”, disse.

Amorim criticou a postura de atores internacionais, questionando por que os EUA e a União Europeia mantiveram sanções durante o processo de negociação, enquanto a União Europeia foi convidada a observar as eleições. “Precisamos de flexibilidade e ouvir todos os lados, pois a solução deve vir deles”, afirmou.

Amorim foi a Venezuela e observou processo eleitoral

O assessor sugeriu que uma mediação pode ser necessária devido ao nível de divisão na Venezuela. Ele destacou a importância de uma solução negociada e mencionou sua viagem ao país em 28 de julho para acompanhar o processo eleitoral. Após as eleições, Amorim reiterou o pedido do governo brasileiro para que a Venezuela publique integralmente as atas da eleição presidencial.

Brasil, Colômbia e México pedem divulgação de atas eleitorais

O Brasil, junto com México e Colômbia, publicou uma nota conjunta solicitando a divulgação das atas eleitorais e a solução do impasse eleitoral por vias institucionais, respeitando a soberania popular e assegurando uma apuração imparcial.

O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela declarou a reeleição de Nicolás Maduro com 51,95% dos votos, enquanto o opositor Edmundo González teria recebido 43,18%.

A oposição e a comunidade internacional contestam o resultado, com contagens paralelas sugerindo vitória de González. Os EUA, Panamá, Costa Rica, Peru, Argentina e Uruguai reconheceram González como vencedor. A OEA também não reconheceu o resultado, alegando indícios de distorção por parte do governo Maduro.

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