Atos contra Netanyahu no Congresso dos EUA expõem declínio da narrativa sionista

Atos contra Netanyahu no Congresso dos EUA expõem declínio da narrativa sionista

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Manifestantes carregaram bonecos do presidente Joe Biden com sangue nas mãos e um de Netanyahu identificado como “criminoso de guerra”

Milhares de manifestantes coreando “Palestina livre, livre” e portando cartazes exigindo um cessar-fogo e o fim do apoio dos EUA à guerra de Israel em Gaza cercaram o Capitólio nesta quarta-feira (24) enquanto o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, oferecia um discurso no plenário de ambas as câmaras de um Congresso dividido que demonstrou a crescente oposição ao que muitos chamam de genocídio e maior solidariedade com o povo palestino.

“Fim à assistência militar dos EUA a Israel”, diziam várias faixas de dois metros de altura carregadas por manifestantes ao marcharem ao redor do famoso edifício central da legislatura. Dentro, manifestantes com camisetas amarelas demandando um cessar-fogo imediato se levantaram nas galerias no início do discurso de Netanyahu, enquanto a única legisladora palestina-americana, Rashida Tlaib, estava sentada na câmara levantando um cartaz que dizia “criminoso de guerra” de um lado e “culpado de genocídio” do outro.

Este foi o quarto discurso de Netanyahu no Congresso, mas o primeiro em que a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, que tipicamente preside os discursos bicamerais em sua função como presidente do Senado, não compareceu ao evento. Além disso, havia dezenas de assentos desocupados da bancada democrata, que fizeram um boicote ao evento.

Fim do monopólio da narrativa sionista
O ato foi notável sobretudo como uma demonstração de quão profundamente a guerra de Israel em Gaza está rompendo o monopólio da narrativa sionista que tem prevalecido nesta capital por décadas, reduzindo o apoio ao governo em Tel Aviv. Um dia antes, mais de 500 jovens judeus americanos ocuparam o andar térreo de um dos edifícios do Congresso para protestar contra a presença de Netanyahu e o apoio de Washington à sua guerra, declarando “não em nosso nome”.

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Os manifestantes carregaram enormes bonecos de papel machê, alguns do presidente Joe Biden com sangue nas mãos e um de Netanyahu com uma etiqueta identificando-o como “criminoso de guerra”. Entre os manifestantes estavam familiares de judeus que pereceram no Holocausto junto a palestino-americanos cujas famílias foram assassinadas pelos israelenses em Gaza.

*Diálogos do Sul

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