O uso da máquina pública em benefício do “01” é parte de uma investigação da Polícia Federal sobre um esquema de monitoramento ilegal realizado pela Abin.
A operação articulada durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) para tentar blindar o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), investigado por um suposto esquema de “rachadinhas”, envolveu a ida do então secretário da Receita Federal, José Barroso Tostes Neto, à casa do filho “01” do ex-mandatário, em Brasília.
Na ocasião, Tostes teria apresentado os resultados de uma investigação solicitada pela defesa do senador, sobre supostos acessos ilegais por servidores da Receita a dados fiscais dele e de familiares. De acordo com informações da Folha de S. Paulo, Luciana Pires, uma das advogadas de Flávio, também participou da reunião.
O encontro ocorreu em setembro de 2020, semanas após uma reunião no Palácio do Planalto, onde Bolsonaro discutiu o uso de órgãos públicos em prol da defesa do “01”. O áudio dessa reunião, realizada em 25 de agosto de 2020, veio a público nesta semana. Na gravação, conversam Bolsonaro, o general Augusto Heleno, Alexandre Ramagem, então chefe da Agência Brasileira de Inteligência, e duas advogadas de Flávio.
O uso da máquina pública em benefício de Flávio Bolsonaro é parte de uma investigação da Polícia Federal sobre o monitoramento ilegal de adversários políticos, jornalistas e magistrados realizado pela Abin durante a gestão Bolsonaro. A informação de que houve reuniões entre Tostes e a defesa de Flávio após o encontro no Planalto já era conhecida, mas não que uma dessas reuniões ocorreu na residência do senador.