O Fundo Monetário Internacional (FMI) piorou as perspectivas da economia argentina, projetando uma queda de 3,5% do PIB (Produto Interno Bruto). No relatório de abril o FMI estimava uma queda de 2,6%. A nova previsão foi divulgada nesta terça (16).
“O programa fiscal e monetário está no caminho de manter a inflação sob controle, mas teve impacto na atividade, porque há menos gastos públicos e se endureceram as condições monetárias”, disse o FMI.
O resultado da economia argentina decorre do brutal ajuste fiscal executado pelo ultradireitista Javier Milei.
Para alcançar o saldo positivo nas contas públicas, Milei vem aplicando um plano de ajuste fiscal que envolve um forte controle nos gastos.
Para isso, o presidente argentino vem promovendo demissões em massa em órgãos públicos e reduzindo o financiamento em setores-chave do Estado argentino, como a saúde, a assistência social e a cultura.
A queda na atividade econômica é generalizada e envolve empresas voltadas ao mercado interno, que têm dificuldades para vender a uma população assolada pela inflação e pela perda do poder de compra.
De acordo com a consultoria Scentia, o consumo de massa caiu 12,5% nos últimos 12 meses. Nos primeiros 6 meses de 2024 a queda já acumula 8,5% em relação ao mesmo período de 2023, segundo a consultoria.
A queda foi mais acentuada nas lojas de autoatendimento do que nas redes de supermercados: nas primeiras, o consumo caiu 14,6% e nas últimas, 10,3%. No acumulado do primeiro semestre a retração é de 10% para supermercados e 7% no autoatendimento.