O ex-deputado alega que as vaias vieram de um grupo ligado ao prefeito do Rio, Eduardo Paes.
O ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (Republicanos) pode até ser próximo de pastores e líderes religiosos, mas anda sem moral com o rebanho de ovelhas. Ele foi vaiado no evento de Centenário da Assembleia de Deus, realizado no Maracanãzinho, neste sábado (29).
O Conselho Deliberativo do Centenário, formado pelos presidentes de 11 convenções da denominação religiosa, permitiu que Cunha tivesse direito a palavra em parte do evento. Mas foi só o mestre de cerimônia Betinho Albertassi, vereador de Volta Redonda, chamar ao microfone o “nosso amigo Eduardo Cunha” para o sinal de desaprovação começar.
“Cumprimento a todos com a santa e gloriosa paz do nosso senhor e salvador Jesus Cristo”, tentou saudar Cunha, enquanto pausava para tentar espaço entre as uníssonas vaias.
Na política fluminense, não se pode negar que Cunha exerça grande influência com nomeações na Prefeitura do Rio e no governo do estado, mas, pelo visto, entre o irmãos da Assembleia de Deus, o mandachuva já não é mais visto com os mesmos olhos.
Cunha alega que vaias vieram de grupo ligado a Paes
“Pastores ligados ao Eduardo Paes puxaram as vaias. E, como o evento foi muito longo, durou nove horas, quem estava impaciente seguiu”, alegou Cunha à jornalista Berenice Seara.
Ele explica que a reação dificilmente seria espontânea.
“Foi uma questão politica. Evangélicos, até por uma questão de educação, não vaiam. Quando estão descontentes com alguma coisa, quando reprovam alguém, ficam calados”.
O ex-deputado diz que não seria a única vítima da estratégia.
“Eles iam tentar puxar uma vaia contra o Ramagem (Alexandre Ramagem, deputado federal pré-candidato a prefeito em oposição a Paes), mas como ele foi anunciado como representante de Jair Bolsonaro, e o ex-presidente foi ovacionado, as vaias foram abafadas”, conta.