Como no Brasil, Bolívia tem campanha por “presos políticos”.
O presidente da Bolívia, Luís Arce, instalou um novo comando nas Forças Armadas do país, mesmo cercado por militares leais ao general Juan José Zuñiga, que controlam o entorno do Palacio Quemado e o acesso à sede do governo.
Os novos chefes militares prestaram juramento a Arce e prometeram debelar a crise.
Na transmissão da troca de comando, foi possível ouvir bombas explodindo do lado de fora.
Eram os militares golpistas impedindo a aproximação da multidão que se apresentou para defender o governo constitucional.
A tentativa de golpe recebeu rápida condenação internacional.
Ao chegar ao palácio, o general Zuñiga disse que contava com apoio das Forças Armadas, denunciou os políticos e disse defender o povo.
Um de seus primeiros objetivos, de acordo com a rede Telesur, seria soltar os políticos presos na Bolívia pelo golpe de 2019.
JEANINE E CAMACHO
A senadora Jeanine Añez, que assumiu o governo de maneira inconstitucional, cumpre pena de dez anos de prisão. Vários de seus ministros também estão na cadeia.
O ex-governador do departamento de Santa Cruz de La Sierra, Luis Camacho, líder da extrema-direita boliviana, também perdeu o cargo e segue preso.
Famosamente, ele invadiu o Palácio Quemado com uma Bíblia na mão e orou sobre a bandeira da Bolívia.
Libertar Camacho seria outro objetivo do golpe.
Na confusão, não se sabe se as ordens de Zuñiga foram atendidas.
Como acontece no Brasil desde a tentativa de golpe de 8 de janeiro, a extrema-direita boliviana faz uma campanha pela libertação dos golpistas, alegando que são “presos políticos”.
Em Santa Cruz, a foto de Camacho segue na entrada do palácio de governo e, na praça principal, há uma barraca da campanha que afirma que a Bolívia “não é Cuba, nem Venezuela”.
O departamento mais rico da Bolívia é a base da extrema-direita no país e atribui o atraso relativo da Bolívia ao domínio dos políticos de origem indígena em La Paz.