Sindicato comunicou ministro que assassino de Marielle Franco foi jurado de morte pelo PCC na prisão.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), enviou um ofício à Polícia Federal, à Procuradoria-Geral da República e ao governo do Estado de São Paulo para verificar se o ex-policial militar Ronnie Lessa corre risco de ser assassinado no presídio de Tremembé (SP).
O Sindicato dos Servidores do Sistema Prisional do Estado de São Paulo comunicou ao ministro, ao Ministério Público, à Justiça do Estado e à Secretaria de Administração Penitenciária sobre uma suposta ameaça de morte ao ex-PM.
Ronnie Lessa foi transferido para Tremembé nesta quinta-feira (20) vindo da penitenciária federal de Campo Grande (MS). A mudança estava prevista em seu acordo de delação premiada e foi autorizada por Moraes no início do mês.
Lessa é réu confesso pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
O sindicato afirma que recebeu denúncia de um servidor do presídio que menciona haver ordem expressa do Primeiro Comando da Capital (PCC) para assassinar o ex-PM na prisão.
A denúncia narra que os presos “receberam um salve para matar o Lessa”. O e-mail enviado ao sindicato diz que pipas com a ordem teriam sido interceptadas pelos servidores da prisão.
“Todo dia os presos perguntam se ele já chegou e apesar de terem instalado câmeras na cela em que ele vai ficar estamos receiosos [sic] quanto a segurança. Normalmente temos 12, 13 funcionários no plantão e isso não segura uma cadeia daquelas”, diz a denúncia.
O texto da denúncia enviada por e-mail ao sindicato foi mantido com a grafia original.
“Já vimos varias vezes cadei [sic] virar para matar preso do seguro e pelo clima na massa pode acontecer de novo, este Lessa é inimigo jurado deles e estão sendo cobrados pelo comando para zrar ele, nesta vai sobrar para o guarda”, diz o documento.
O sindicato informa às autoridades que, ainda que Lessa fique em uma cela isolada dos demais presos, a estrutura física da unidade e da cela “não propicia uma efetividade na segurança”.
A falta de policiais penais, diz o sindicato, fragiliza a segurança interna e expõe ao risco de morte os policiais e o próprio detento.
O sindicato pede que a transferência de Lessa para outro presídio seja reavaliada diante do perigo que ele, outros detentos, policiais penais e servidores correm com sua permanência em Tremembé.
O promotor Lincoln Gakiya, que também recebeu o ofício do sindicato, repassou o documento ao procurador-geral de Justiça de São Paulo e ao secretário de Administração Penitenciária para conhecimento e providências cabíveis.