Trabalhadores da saúde protestam contra baixos salários, jornadas extensas e falta de insumos em SP

Trabalhadores da saúde protestam contra baixos salários, jornadas extensas e falta de insumos em SP

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Em ato diante da Secretaria Estadual da Saúde de SP, servidores denunciaram o agravamento das condições já ruins, que prejudicam o trabalho e a qualidade de atendimento à população.

Organizados pelo SindSaúde-SP, trabalhadores da rede estadual protestaram na manhã desta quinta-feira (13) contra os baixos salários, as extensas jornadas e a falta de insumos. O quadro prejudica a qualidade do atendimento à população e também as condições de trabalho dos servidores. O ato, diante da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, na região da Avenida Paulista, seguiu a temática do dia de Santo Antonio, comemorado neste dia.

Vestidos a caráter para a festa junina, eles também usaram termos da festa como metáfora em cartazes para mandar seu recado para o governador de São Paulo, de Tarcísio de Freitas (Republicanos). Uma das reivindicações mais urgentes é a realização de concursos públicos para suprir a falta de pessoal nas unidades de saúde.

Para atrair a população para o diálogo e conscientização sobre os objetivos do ato, os trabalhadores ofereceram pipoca. “Com isso pudemos conversar com as pessoas e explicar a política do governador — a passos largos destrói a estrutura que garante acesso universal aos cuidados”, disse a presidenta do SindSaúde-SP, Cleonice Ribeiro.

Terceirização de privatização da saúde em SP
Segundo o SindSaúde, a terceirização dos serviços e as privatizações de hospitais têm piorado o acesso da população em todo o estado. “Hoje, a maioria do orçamento da saúde está entregue às OSSs (Organizações Sociais da Saúde), nas quais prevalece a sobrecarga de trabalho e falta até de lençol e medicamentos nos hospitais”, disse.

A secretária-geral do sindicato, Célia Regina Costa, lembrou que durante audiência pública do orçamento do estado, no último dia 11, profissionais do hospital de Pedreira, na Zona Sul, entregue a uma OS, pediram mais recursos ao local, mesmo após a terceirização.

Segundo a dirigente, não havia instalação de ar condicionado no centro cirúrgico. Em compensação, havia equipamentos quebrados e faltava até aparelho de Raio X. “O projeto da OS está falido, não responde nem à população e nem aos trabalhadores”, disse.

Piso Nacional da Enfermagem
O ato contou também com a presença de parlamentares. Entre eles, a deputada federal Juliana Cardoso (PT) e o deputado estadual Carlos Giannazi (Psol), que assumiram o compromisso de lutar por emendas que garantam recursos à saúde. A assessoria da vereadora Luana Alves (PSsol) compareceu à manifestação, bem como a pré-candidata a vereadora na capital Vanilda Anunciação (PT).

Giannazi destacou que, apesar da pauta de reivindicações do SindSaúde, entregue em janeiro, o governo de Tarcísio de Freitas ainda não cumpriu sua obrigação de respeitar a data-base do funcionalismo (1º de março). “Já acionei o Ministério Público do Estado e o Tribunal de Contas do Estado para que o governador seja investigado, punido e cobrado para que ao menos conceda o reajuste das perdas inflacionárias”, disse.

O sindicato terminou o ato com aprovação de uma agenda de mobilização. E convocou a categoria para audiência de mediação pré-processual no próximo 3 de julho, às 14h, no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 2ª Região, sobre o Piso Nacional da Enfermagem. No dia 18, próxima terça-feira, haverá a caravana do Ministério da Saúde, que discute questões relativas ao piso. O sindicato também participará.

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