A Agência da ONU para os Refugiados ‘Acnur’ (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados) divulgou relatório anual que aponta para o triste recorde de 120 milhões de pessoas deslocadas à força no mundo.
De acordo com a entidade, os números foram potencializados pelos conflitos que ocorrem no Sudão e em Gaza (Palestina). A guerra em Gaza perpetrada por Israel gerou 1,7 milhão de deslocados palestinos (75% da população) até o final de 2023. Já a guerra civil no Sudão gerou 10,8 milhões de desalojados.
No relatório Tendências Globais de Deslocamento 2024, lançado nesta quinta-feira (13), em Genebra (Suíça), é revelado que o número de pessoas deslocadas à força dobrou em 10 anos, passando de 59,2 milhões, em 2014, para os atuais 120 milhões.
Nos dados computados até maio, a Agência da ONU indica para um total de 43,4 milhões de refugiados que precisam de proteção de forma urgente e de 6,9 milhões de pessoas que “aguardam uma decisão sobre o status legal de refugiados” em outros países.
No final de 2023, o total de deslocados à força era de 117,3 milhões, por conta “de perseguição, conflito, violência, violações de direitos humanos ou eventos que perturbam gravemente a ordem pública.”
Conforme o alto comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi, os números alarmantes devem chamar a atenção da comunidade global para soluções que coloquem fim ao deslocamento forçado, assim como para que países em guerra respeitem convenções internacionais que protejam os civis.
O maior aumento do contingente de deslocados são de pessoas que fogem de conflitos, porém continuam no próprio país, como ocorre em Gaza. Este são entendidos como deslocados internos e são 43,4 milhões.
Como exemplificação do tamanho da tragédia humanitária, caso os deslocados à força compusessem um país este seria o 12º maior do mundo em número de habitantes, destaca a Acnur: pouco menor do que a população do Japão (125,1 milhões) e México (127,5 milhões).
No relatório é destacado que a Síria é o país que promoveu o maior número de deslocados, 13,8 milhões, contando os deslocados internos e os que estão em outros países.
Além disso, o Brasil e outros países sul-americanos são destacados por suas sólidas campanhas de regularização para refugiados e migrantes, sendo a maioria deles migrantes da Venezuela.
*Informações ONU/Acnur