Premiê ainda mantém coligação majoritária no Parlamento, mas saída deixa mais depende de seus aliados da extrema direita.
O ministro do gabinete de guerra de Israel, Benny Gantz, renunciou ao cargo neste domingo (09/06) após críticas à gestão do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em relação à ofensiva em Gaza.
A medida não apresenta de forma imediata uma ameaça a Netanyahu, pois ele ainda mantém uma coligação majoritária no Parlamento israelense. Porém, a renúncia de Gantz deixa o premiê mais depende de seus aliados da extrema direita.
Agora ex-ministro do gabinete de guerra, Gantz disse que Netanyahu colocou sua própria “sobrevivência política” acima do que era necessário para a segurança do país e que o primeiro-ministro estaria “impedindo a verdadeira vitória” na guerra.
“Estou orgulhoso de ingressar no gabinete de emergência depois que a tragédia de 7 de outubro se abateu sobre nós. Mas depois de oito meses de combate temos que olhar para frente”, disse Gantz aos repórteres.
Gantz ingressou ao governo Netanyahu após a ofensiva do Hamas em outubro passado. A formação do gabinete de guerra com o ex-chefe militar de Israel foi um tentativa de demonstrar unidade no país, já que ele e o premiê disputaram a última eleição.
A possível renúncia já havia sido comentado por Gantz em maio, quando ele ameaçou deixar o cargo até 8 de junho caso Netanyahu não apresentasse um novo plano de guerra que incluísse uma administração internacional, árabe e palestina para lidar com os assuntos civis na Faixa de Gaza.
À época, o ministro havia apresentado um plano e ainda contava com o descontentamento do ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, outro membro do gabinete de guerra e que também pediu um plano pós-guerra.
Por conta disso, ao anunciar sua saída, Gantes apelou a Gallant, para que ele seja “corajoso e fazer o que é certo”. “Estamos deixando o governo de unidade com o coração pesado”, disse.
*Opera Mundi