Dezenas de foragidos dos processos fruto dos ataques de 8 de janeiro de 2023 foram para Argentina e outros países.
A adidância da Polícia Federal em Buenos Aires articula, no âmbito policial, para que os nomes dos foragidos investigados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro sejam incluídos na Rede Anfast de capturas da Comunidade de Polícias das Américas (Ameripol).
A estimativa é de que pelo menos 65 pessoas envolvidas nos atos estejam na Argentina. O Brasil pedirá ao governo local a extradição, no âmbito da Operação Lesa Pátria, da Polícia Federal. A adidância trabalha dentro da embaixada brasileira e tem o compromisso de representar a Polícia Federal em determinado país, como é o caso da Argentina.
Nesta quinta-feira (6/6), a PF cumpriu, no âmbito da operação, pelo menos 208 medidas judiciais expedidas pelo STF, como prisões e recolocação de tornozeleiras eletrônicas, em 18 estados e no Distrito Federal.
Até o momento, 50 pessoas foram presas e 159 estão foragidas.
A PF enviará ao Supremo Tribunal Federal (STF) os dados dos foragidos que estão na Argentina. O STF é responsável por emitir a ordem de extradição, enquanto o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), do Ministério da Justiça, fará o pedido.
A Polícia Federal impediu que alguns foragidos passassem pelas barreiras migratórias nos últimos meses, mas outros conseguiram driblar os controles. Parte dos investigados solicitou refúgio ao governo de Javier Milei.
Cooperação
De acordo com um assessor do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a ocasião será um teste para a cooperação entre os dois países e possibilitará avaliar se a Argentina irá seguir, ou não, as vias jurídicas internacionais.
“A Polícia Federal vai listar todos os condenados que possivelmente estejam na Argentina e encaminhar, via Ministério da Justiça e Segurança Pública, os pedidos de extradição. Tudo será feito em articulação com o Ministério das Relações Exteriores e o Supremo Tribunal Federal”, disse a PF.