Malafaia diz que Bolsonaro deveria dar uma prensa em Tarcísio

Malafaia diz que Bolsonaro deveria dar uma prensa em Tarcísio

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Malafaia nega que o ex-presidente e sua família estejam terceirizando as críticas a Tarcísio por meio dele.

O pastor Silas Malafaia, aliado de Jair Bolsonaro (PL), diz que o ex-presidente deveria “dar uma prensa” em seu afilhado político, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Na última semana, aliados de Bolsonaro intensificaram as críticas a Tarcísio, que tem sido alçado como principal herdeiro do bolsonarismo e possível candidato à Presidência em 2026.

Eles avaliam que o governador tem se aproximado do Judiciário e do centro para pavimentar seu caminho ao Planalto, escanteando o ex-presidente, que ainda acredita na reversão de sua inelegibilidade junto ao STF (Supremo Tribunal Federal).

Incomoda, especialmente, o espaço que Tarcísio dá ao secretário Gilberto Kassab (PSD), cujo partido conta com três ministérios no governo Lula (PT).

“Para mim, Bolsonaro tinha que chamá-lo e dizer assim: ‘Amigão, você tem que escolher o que você quer. Se você quer ser aliado do Kassab, então segue seu caminho’”, afirma Malafaia à Folha de S.Paulo.

“Kassab é o chefão do PSD. O PSD votou a favor de incluir Bolsonaro na CPI do 8/1. Como que o Kassab, que é aliadíssimo do governo Lula, tem tanto poder no governo de Tarcísio? Não é uma coisa estranha?”, questiona. “Eu aprendi um ditado: amigo de meu inimigo não é meu amigo”.

Mais cedo, Malafaia disse ao portal Metrópoles “desconfiar” que Tarcísio esteja atuando nos bastidores para que Bolsonaro permaneça inelegível.

Malafaia afirma que quando Lula estava condenado e preso, o PT e a esquerda só sugeriram outra candidatura, do atual ministro Fernando Haddad (PT), quando já não havia saída.

Ele avalia que o governador, que tem dito publicamente que é candidato à reeleição, não é categórico o suficiente ao afastar a possibilidade de concorrer ao Planalto em 2026.

“Quando você viu o Tarcísio dizer que a inelegibilidade de Bolsonaro é um absurdo? Onde ele falou, em que lugar? Nenhum”, afirma o pastor. “Uma coisa é dizer ‘eu vou ser candidato à reeleição’. [Outra é dizer] ‘eu jamais serei candidato a presidente porque a inelegibilidade de Bolsonaro é frágil e ele tem tudo para ser reestabelecido’. Eu não vi esse esforço na fala dele.”

Aliados de Bolsonaro dizem que Tarcísio tem feito constantes gestos ao Judiciário, inclusive criando pontes com o ministro do STF Alexandre de Moraes, e se aproximado de setores mais moderados da política para se viabilizar como uma figura de direita mais palatável.

Nesse sentido, o governador herdaria os votos do bolsonarismo, aproveitando-se de Bolsonaro como cabo eleitoral, sem atuar pela reversão da inelegibilidade do ex-presidente e sem defender os valores ideológicos do grupo.

Como adiantou a coluna Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, incomodou a participação de Tarcísio em um jantar organizado pelo apresentador da TV Globo Luciano Hulk e o aceno ao governo Lula (PT) na última terça-feira (28) — o governador afirmou que a administração federal tem sido parceira na renegociação da dívida do estado com a União e elogiou Haddad.

“Eu digo que não sou amigo do João, só que eu tomo café com o João, vou passear na praia com o João… Somando esses fatos e movimentos, é para desconfiar”, diz Malafaia.

*ICL

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