Abuso, cárcere e “cheiro de podridão”: o que a morte de Djidja revelou

Abuso, cárcere e “cheiro de podridão”: o que a morte de Djidja revelou

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Vítimas da seita “Pai, Mãe, Vida”, criada por familiares de Djidja, afirmam terem sido mantidas em cárcere privado e abusadas sexualmente.

O delegado Cícero Túlio, responsável pelo caso que investiga a família da ex-sinhazinha do Garantido Djidja Cardoso, afirmou que vítimas da seita criada por Cleusimar e Ademar Cardoso, mãe e irmão de Djidja, respectivamente, foram mantidas em cárcere privado.

De acordo com declaração de Túlio ao jornal O Globo, as vítimas teriam ficado “despidas por vários dias”, seriam abusadas sexualmente e obrigadas a fazer uso de substâncias alucinógenas.

“Diversas pessoas já foram ouvidas no curso da investigação. Duas pessoas relataram fatos criminosos que levam a crer na possibilidade prática de estupro de vulnerável. Inclusive, com a possibilidade de ter acontecido um aborto com uma dessas garotas”, afirma o delegado.

Cleusimar, mãe de Djidja, e Ademar, irmão da ex-sinhá, foram presos por tráfico de drogas e associação ao tráfico. Ele é acusado também de estupro. Três funcionários do salão Belle Femme, comandado pela família em Manaus (AM), estão presos.

Segundo a polícia, a ex-companheira de Ademar seria uma das vítimas da seita comandada pela família e “Pai, Mãe, Vida”. A organização religiosa fazia uso de cetamina, uma droga com efeitos alucinógenos, segundo o Metrópoles.

Líder de seita religiosa: quem é Ademar, irmão de Djidja Cardoso

“Ao longo das investigações, tomamos conhecimento de que Ademar também foi responsável pelo aborto de uma ex-companheira sua, que era obrigada a usar a droga e sofria abuso sexual quando estava fora de si”, apontou o delegado.

O local onde as vítimas haviam sido mantidas — o mesmo onde a família morava — tinha “cheiro de podridão”, com centenas de seringas e doses da droga espalhadas pelo local.

“Outras duas pessoas relataram essa situação do estupro, principalmente por terem sido dopadas durante o ato sexual e não se lembrarem nada sobre aquilo. Algumas delas permaneceram despidas por vários dias, sem sequer tomar banho, em uma situação de cárcere privado. Inclusive, no momento que adentramos naquela residência, o cheiro de podridão era muito forte”, disse o delegado.

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