Avaliação do Itamaraty é a de que o governo de Telaviv não busca um diálogo saudável com o Brasil
O governo brasileiro, liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, decidiu que não nomeará um novo embaixador para Israel até que o conflito na região seja resolvido e o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu deixe o poder. Essa decisão reflete uma análise crítica do Itamaraty sobre a postura do governo israelense, segundo informa a coluna da jornalista Mônica Bergamo.
Segundo diplomatas brasileiros, a embaixada do Brasil em Israel encontra-se inoperante devido à guerra, sem promover atividades culturais ou comerciais, e será comandada durante este período pelo encarregado de negócios Fabio Farias.
As declarações de Lula, comparando as ações de Israel em Gaza a genocídios históricos, geraram uma forte reação do governo israelense. Isso deteriorou as relações diplomáticas, impossibilitando um diálogo construtivo entre os dois países.
Em fevereiro, o embaixador brasileiro em Israel, Frederico Meyer, foi chamado de volta ao Brasil após ser publicamente criticado por autoridades israelenses, em resposta às declarações de Lula.
O governo de Israel não se desculpou pelo incidente, o que o Itamaraty interpretou como uma tentativa de humilhação não apenas do diplomata, mas do Brasil como um todo. Pelo contrário, o chanceler israelense, Israel Katz, intensificou as críticas a Lula em suas redes sociais.
Além disso, o Brasil apoia a denúncia da África do Sul ao Tribunal Penal Internacional (TPI), acusando Israel de genocídio contra os palestinos na Faixa de Gaza, o que agrava ainda mais a tensão entre os países.