“A bandeira do Brasil é do povo brasileiro. E nós não vamos abrir mão”, disse secretário de comunicação do PT
Em meio à disputa pelas cores da bandeira nacional, pré-candidatos a prefeito do PT têm optado por destacar o verde, o amarelo e o azul em seus materiais de campanha, relegando o tradicional vermelho a segundo plano. Essa estratégia é mais evidente no Sudeste e no Centro-Oeste, regiões onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva perdeu para Jair Bolsonaro em 2022.
O secretário de comunicação do PT, deputado Jilmar Tatto (SP), afirma que as campanhas municipais devem considerar as características locais, mas destaca a importância de não permitir que o bolsonarismo se aproprie das cores nacionais. “A bandeira do Brasil é do povo brasileiro. E nós não vamos abrir mão”, disse Tatto.
O PT também planeja lançar uma campanha para atrair novos filiados, destacando as cores da bandeira nacional. Devido a restrições eleitorais, os pré-candidatos ainda não podem se apresentar oficialmente, mas muitos já organizam atividades de pré-campanha.
Em Belo Horizonte, o deputado federal Rogério Correia lidera o movimento “BH pode mais”, que utiliza predominantemente o verde, o amarelo e o azul. Em 2022, Bolsonaro venceu em Belo Horizonte com 54,25% dos votos válidos contra 45,75% de Lula. Correia justifica o uso do verde com as propostas ambientais que pretende apresentar para a cidade.
Em Goiânia, a deputada federal Adriana Accorsi lidera o movimento “Somar por Goiânia”, cujo logotipo privilegia o verde, embora também inclua o vermelho, o rosa, o laranja e dois tons de azul. Bolsonaro teve 63,95% dos votos válidos na capital goiana em 2022, contra 36,05% de Lula.
Em Vitória, onde Bolsonaro venceu com 54,70% dos votos, o pré-candidato do PT, João Coser, tem destacado o amarelo, o verde e o azul em seu material de campanha, diz O Globo.
Fora das capitais, a estratégia de priorizar as cores da bandeira também é evidente. Em Uberlândia, uma região com forte presença do agronegócio, a deputada Dandara Tonantzin lidera o movimento “Uberlândia da Gente”, cujos materiais destacam o azul e o amarelo, com menor ênfase no verde e no vermelho.
O uso reduzido do vermelho gerou debates internos no PT nas últimas eleições presidenciais, mas a atual estratégia visa competir diretamente com o bolsonarismo, utilizando símbolos nacionais para conquistar eleitores em áreas tradicionalmente adversas.